Apesar do ano sacudido pela pandemia, os pedidos de recuperação judicial no Brasil caíram 15% na comparação de 2020 com 2019. Ao todo, 1.179 empresas pediram socorro à Justiça para paralisar as cobranças de credores, ante 1.387 no ano anterior. Os dados são da Serasa Experian e foram antecipados para a Coluna. O levantamento mostrou também que a quantidade de empresas que fracassaram nas renegociações e chegaram à falência caiu 31% no mesmo período, indo de 1.417 para 972 casos.
Raio-x. O setor de serviços foi o que mais viu empresas entrando em apuros, com um total de 589 novos pedidos de recuperação. Aí estão, por exemplo, companhias aéreas, hotéis, escolas, entre outros. Mesmo assim, esse número foi 1,5% menor. Nos outros setores produtivos também houve quedas: primário, que abrange mineração e agropecuária, (-35,5%), indústria (-25%) e comércio (-20,3%.).
Mê dê motivos. Os pedidos de recuperação e falências não explodiram como se imaginava por causa das melhores condições de acesso ao crédito. A flexibilização de prazos de pagamentos por credores, os juros mais baixos e as novas linhas de financiamento ajudaram a amortizar os impactos, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. “O mercado de crédito foi um fator fundamental na recuperação econômica no segundo semestre de 2020 e seguirá sendo importante para uma retomada contínua em 2021”, avalia.
Além disso. Muitos empresários também optaram por aguardar a resolução da nova Lei de Falências, que promete tornar a ferramenta mais eficiente. Uma das novidades esperadas, por exemplo, é que as empresas façam financiamentos na fase de recuperação judicial, um processo muito difícil hoje.
Fonte: “Estadão”, 21/01/2021
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