Uma empresa brasileira leva cerca de 2,6 mil horas, o equivalentes a 108 dias por ano, para conseguir declarar e pagar todos os seus impostos. Essa é, segundo o Banco Mundial, a mais alta taxa do mundo no quesito, superando de longe mercados vizinhos ou concorrentes diretos entre os emergentes.
Para se ter uma ideia, a média da América Latina é de 367 horas, segundo o relatório Doing Business, do Banco Mundial. Entre as nações que compõem os Brics, a China é a mais lenta, depois do Brasil, com 318 horas, oito vezes menos que o índice nacional apurado.
Corroboram para a complexidade as constantes mudanças na legislação tributária. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 300 mil novas normas foram criadas nesse campo em 25 anos, desde que passou a valer a última Constituição. “O empresário, simplesmente, fica perdido com tanta burocracia”, destaca João Melhado, pesquisador da Endeavor.
Fundador de uma rede de lojas especializadas em presentes criativos, a Uatt?, Rafael Biasotto é um desses empresários que se diz confuso com o conjunto de regras tributárias locais.
Ele acaba de abrir sua primeira operação nos Estados Unidos e a expansão o fez refletir ainda mais sobre o assunto. “Nos Estados Unidos, eles cobram 6% de taxa para um produto que vem de fora, o que chamam de income tax. Aqui no Brasil é 40%. Isso é uma verdadeira loucura”, diz ele, que costuma trabalhar com 80% do mix de produtos importados. “O que acontece é que o Brasil tem por hábito onerar o cara que gera desenvolvimento para o país. É muito difícil o nosso investimento para ganhar em escala”, desabafa o empresário.
Fonte: Estadão.
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