Apesar da pressa do governo do Rio de Janeiro em receber dinheiro novo para enfrentar a crise fiscal, a operação de empréstimo que o Estado vai captar com lastro na privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) ainda pode demorar um pouco mais. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a operação de socorro financeiro ao Estado vai envolver também financiamento atrelado ao dólar e não deve ser fechada no início do próximo mês, como previa o governo fluminense.
Os bancos vão se organizar em consórcios, com três ou quatro instituições financeiras cada um. A expectativa é que 11 bancos participem da operação. Bancos públicos não poderão participar, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que essas instituições não devem emprestar dinheiro para pagar salários e despesas correntes da administração pública.
O Rio trabalha para que o edital do processo seletivo saia ainda esta semana, mas diante do cenário complexo, o próprio governo fluminense tem evitado fazer projeções sobre quando o dinheiro entrará em caixa. O Estado precisa dos recursos para colocar em dia os salários dos servidores.
No dia da assinatura do acordo, em 5 de setembro, a previsão era de que a tramitação da operação de empréstimo levaria um mês. De acordo com um integrante do governo estadual, é preciso esperar para ter uma “noção melhor do cenário”.
O valor do empréstimo com lastro na Cedae será de no máximo R$ 3,5 bilhões. Mas pode ser menor, dependendo do valor de avaliação da companhia.
Entre os bancos interessados na operação, alguns só têm apetite para oferecer financiamento em dólar e outros apenas em real. É por isso que muitos detalhes técnicos ainda precisam ser definidos, como a metodologia para fazer o “swap” (papel que garante ao investidor a variação da taxa de câmbio) entre a parcela em dólares e real.
O governo do Rio havia sugerido que a operação de crédito fosse composta por 60% do financiamento em reais e 40% em moeda estrangeira. Esses porcentuais ainda estão sendo fechados e podem mudar de acordo com as negociações.
Outro entrave técnico é que a parte da operação feita em reais poderá ser securitizada pelos bancos, o que torna o desenho da transação ainda mais complexo. Ou seja, a dívida do governo do Rio será convertida em título com lastro que pode ser negociado entre instituições financeiras.
Fonte: “Estadão”
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