O número de famílias endividadas cresceu 7,5% no ano passado, em comparação a 2012, segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado nesta quinta-feira. Com essa expansão, o percentual de endividados chegou a 62,5% do total das famílias brasileiras, considerando a média de endividados ao longo do ano.
Já a média anual de famílias com contas ou dívidas em atraso foi de 21,2%, quase no mesmo patamar de inadimplentes registrado em 2012, de 21,4%. As famílias sem condições de pagarem seus débitos foram 6,9% do total de famílias no país em 2013, segundo o levantamento, percentual inferior ao registrado em 2012, de 7,1%.
Mesmo com o crescimento da fatia da população com dívidas, a CNC aponta que o perfil dessas dívidas melhorou, com alongamento dos prazos. “O comprometimento médio da renda mensal das famílias com dívidas caiu entre 2012 e 2013. Isso pode ser explicado pelo alongamento dos prazos do crédito. O prazo médio subiu e mais famílias relataram ter comprometimento superior a 12 meses com dívidas. Esse fator permitiu a acomodação de um nível de endividamento maior na renda das famílias, com melhora na percepção em relação às suas dívidas, já que se observou uma queda na parcela que relatou estar muito endividada”, avalia a CNC.
A perspectiva para este começo de ano é de crescimento do endividamento. A CNC destaca que o aumento das taxas de juros tende a elevar o comprometimento da renda com dívidas, como se observou no último trimestre de 2013.
– A alta do endividamento das famílias brasileiras em 2013 está associada à manutenção de uma tendência de crescimento das concessões de crédito às pessoas físicas, embora em ritmo mais moderado que o observado nos anos anteriores e concentrado em algumas modalidades – afirma a economista Marianne Hanson, da CNC.
Quanto ao tipo de dívida, o estudo aponta que cresceu a fatia de endividados que têm débitos no cartão de crédito. Em 2013, 75,2% das famílias que tinham dívidas afirmaram que elas estavam no cartão de crédito (em 2012, essa fatia era de 73,6%). Em segundo lugar, foi o carnê, citado por 18,7% das famílias em 2013, contra 19,8% em 2012.
Em terceiro lugar ficou o financiamento de carro, mencionado por 12,2% dos que têm dívidas (no ano retrasado essa dívida foi citada por 11,5%). “O perfil de endividamento seguiu a tendência de melhora observada nos anos anteriores, com mais famílias apontando modalidades de menor risco e prazo maiores entre seus principais tipos de dívida. Crédito consignado, financiamento de carro e financiamento de casa foram as modalidades de dívida mais citadas em 2013, em relação a 2012”, explica a CNC, no estudo.
Fonte: O Globo
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