Em 2011, o consumo de energia elétrica no Brasil apresentou crescimento moderado. Segundo os dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo médio de energia elétrica entre janeiro e novembro de 2011 aumentou 3,6%, em relação ao mesmo período de 2010.
O setor comercial foi o maior responsável pelo crescimento no consumo, com uma elevação de 6,6% em relação a 2010, resultado decorrente do bom desempenho do comércio varejista.
Durante o ano, a questão tarifária ficou em pauta nas discussões do setor pelos altos valores praticados. A elevada incidência de encargos e tributos na tarifa de energia elétrica provocou manifestação dos consumidores, sobretudo os industriais.
A tarifa média brasileira de energia elétrica sofreu um reajuste de 6,2%, em 2011 com relação a 2010. Entre as classes de consumo, o maior reajuste se deu no setor industrial, 7,2%.
A geração de energia elétrica no país permanece com participação predominante da fonte hidráulica, com 91%. A participação da fonte eólica, embora pequena, permanece crescendo, chegando a 0,4%, em 2011.
Para os próximos nove anos, a Aneel estima a entrada em operação de 50,7 GW. Deste valor, 54,1% estão com o cronograma em dia, ou seja, não apresentam restrições ao início de sua operação.
Os 45,9% restantes possuem algum tipo de restrição, o que indica que são empreendimentos que poderão passar por atrasos no cronograma preestabelecido pela agência.
Em 2011, até 23 de dezembro, entraram em operação 4,24 GW. Foram realizados três leilões de linhas de transmissão e subestações e três leilões de geração.
A eólica foi o grande destaque dos leilões no ano passado, pela venda de expressivo número de empreendimentos e pelo alcance do preço médio de apenas dois dígitos, R$ 99,6/MWh.
O ano de 2011 caracterizou-se por um imobilismo, ficando para 2012 a solução de questões cruciais. O vencimento das concessões de geração, distribuição e transmissão é um dos pontos.
A questão é preocupante, pois, entre 2015 e 2017, vencem concessões de 58 UHEs, que totalizam 20.658 MW de capacidade.
Expiram, também, as concessões de 73 mil km de linhas de transmissão, o equivalente a 82% das linhas em operação no SIN (Sistema Integrado Nacional), além das licenças de 42 concessionárias de distribuição, algo em torno de 35% da energia comercializada no mercado cativo.
Considerando a composição hidrotérmica da matriz energética brasileira, outra questão que merece atenção é o fornecimento de gás natural às UTEs (usinas termelétricas), importante instrumento na manutenção da confiabilidade do Sistema Elétrico Brasileiro.
No que se refere ao fornecimento de gás natural para abastecimento do setor elétrico, a Petrobras exerce monopólio. Recentemente, as UTEs tiveram a participação em leilões abortada pela impossibilidade de realização de contratos de fornecimento por parte da estatal petrolífera.
Embora se estime um aumento da produção de gás pelo país, o escoamento ainda não possui uma malha de distribuição adequada. Dessa maneira, faz-se necessário o planejamento para a ampliação da oferta de gás ao SEB.
Nesse sentido, o desenvolvimento de um mercado livre de gás natural é outro ponto a ser definido em 2012.
Fonte: Brasil Econômico, 19/01/2012
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