No artigo anterior vimos que diretores fazem diferença, para o bem ou para o mal. A pergunta seguinte é: como recrutar diretores eficazes?
Não existem evidências a favor de um ou de outro método de escolha nos países desenvolvidos que registram desempenho médio e superior no Pisa. Comecemos pelo que não existe pelo mundo afora: não existe indicação política, não existe eleição, não existe prova, não existe mistura de indicação política e prova.
O que existe são dois mecanismos: o mecanismo de carreira e o mecanismo de recrutamento no mercado.
O mecanismo de carreira é bem conhecido de todos. Algumas das instituições mais sólidas e eficazes do Brasil devem a isso sua reputação. É o caso de Banco Central, Receita Federal, Itamaraty, Forças Armadas, entre outras.
Normalmente, a pessoa começa de baixo e vai evoluindo. Quando assume postos de comando, já conhece a cultura da casa e já sabe como atuar. O risco é o corporativismo – que requer fortes antídotos. Uma vantagem de uma carreira é que você poder trocar as pessoas e colocar as pessoas certas nos lugares certos nos momentos certos.
O outro é o mecanismo de seleção – essencialmente semelhante à forma de recrutamento de executivos. O que se procura são evidências de que um candidato é capaz de liderar, de conseguir resultado através de outros e de que possui competências de planejamento e administração para evitar que a burocracia o tire do foco – que é promover um ensino de qualidade.
Nos dois modelos há uma variável fundamental: o diretor nunca é escolhido pela escola. Ele sempre é escolhido pelos que são responsáveis pela rede de ensino.
Fonte: Veja 04/07/2014.
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