O segundo dia do Fórum da Liberdade foi aberto com um debate sobre ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Tobias Chanan (fundador da Urban Farmcy) Leandro Narloch (jornalista e pesquisador) e Alexander McCobin (CEO do Conscious Capitalism) falaram sobre formas de conciliar lucro e sustentabilidade, e qual seria o papel do governo nesta equação.
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Para Tobias, as práticas de ESG, apesar de serem mais fáceis de serem adotadas pelas grandes companhias, não é algo impeditivo para quem está começando. “O caminho para chegar ao lucro se torna mais longo, há uma necessidade de governança maior, mas isso traz mais valor para a companhia. Você consegue se conectar com a sociedade, alinhar a motivação”, opinou.
Narloch lembrou que muitas vezes a própria busca pelo lucro se torna uma aliada da sustentabilidade. “Muitas vezes, a empresa pode fazer um produto de baixa qualidade para lucrar, mas toda essa prosperidade que a gente tem hoje vem do inovacionismo. Para lucrar, eu preciso reduzir custos na cadeia produtiva, usar menos recursos”. Ele fez um paralelo histórico entre bem estar e geração de impacto na natureza. “Antes, quanto mais bem estar, maior o impacto sobre a natureza, mais matéria era usada. Hoje os dois gráficos já se desassociaram”, destacou.
Alecsander defendeu que essas mudanças ocorram de baixo para cima, sendo lideradas pelas próprias empresas. Ele sugere que as companhias se antecipem às regulações estatais. “Não existe solução única, para todas as empresas. Isso não existe, tem que ser customizado para cada empresa, liderada pelas empresas. Leis são necessárias, mas a pergunta é: qual deve ser a preponderância?”.
Para ele, é importante seguir com o valor para cuidar do ambiente e criar um sistema para avaliar que tipo de impactos cada tipo de negócio gera, para, só então, desenvolver um plano de soluções inovadoras.