O economista Fábio Giambiagi, especialista do Instituto Millenium, lançou na última semana o seu novo livro, no Rio de Janeiro. “Um Apelo à Razão – A reconciliação com a lógica econômica” foi escrito em parceria com o economista Rodrigo Zeidan e traz uma análise da atual situação do Brasil, com propostas e soluções para recuperar a trajetória de crescimento do país. Em entrevista ao Imil, Giambiagi falou mais sobre o cenário brasileiro, apontando as prioridades para os próximos representantes do Executivo e Legislativo eleitos neste pleito. Assista!
“Está na hora de, essencialmente, encarar o desafio fiscal que temos pela frente, que é maiúsculo. Independentemente de ideologias, isso implica em reconhecer os limites da matemática. Estamos violando certas regras básicas da economia há 25, 30 anos, resultando em uma dívida pública muito onerosa, que implica em uma carga de juros enorme e, consequentemente, limita o espaço para outras políticas públicas. É fundamental conter o processo de crescimento explosivo dessa dívida que, no meu ponto de vista, passa por obedecer rigorosamente a regra do Teto do Gasto nos próximos anos”, declarou Giambiagi.
Assista também
Zeina Latif: “O Brasil tem um teste de maturidade pela frente”
Armínio Fraga: “O quadro fiscal não dá margem para para procrastinação”
José Júlio Senna: “Vulnerabilidade econômica faz com que crise em emergentes afete o Brasil”
O especialista também explicou os efeitos do populismo na economia brasileira ao longo dos anos. Para ele, as medidas populistas podem ser explicadas como iniciativas que enfatizam o presente em detrimento do futuro. “São benefícios palpáveis de curto prazo para partes consideráveis da população, mas com um descuido quanto à criação de condições para que haja desenvolvimento em longo prazo. A diferença disso se espelha nas trajetórias contrastantes do Brasil e do Chile nos últimos 30 anos. O Chile era um país mais pobre do que nós, mas teve um grande desenvolvimento. Outro caso mais notório é a comparação com a Coreia do Sul, que era muito parecida com a gente na década de 50, mas depois se desenvolveu espetacularmente. Enquanto o Brasil, de alguma forma, perdeu o trem da história exatamente por privilegiar o curto prazo e não dar importância para o futuro, com questões ligadas à eficiência da economia, ênfase na infraestrutura, qualidade da educação etc”.