O Estado do Rio tem potencial para receber R$ 7,6 bilhões em investimentos via Parcerias Público Privadas (PPPs) para o setor de saneamento em 21 municípios. O levantamento é da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). As oportunidades estão espalhadas por todas as regiões, do Sul ao Norte fluminense.
Para o gerente de Infraestrutura da Firjan, William Figueiredo, fortalecer as PPPS é um dos principais caminhos para a captação de investimento, diante a queda de 21% na provisão de recursos para ações de saneamento básico do governo federal em 2020 , na comparação com a proposta apresentada em 2018 para o orçamento deste ano. Serão R$ 661 milhões ante R$ 835,5 milhões autorizados anteriormente.
– O desafio é nacional, mas o Rio de Janeiro tem indicadores muito ruins em relação a saneamento. Mesmo onde há coleta, grande parte não é tratada. Esses investimentos são necessários para universalizar o sistema – diz Figueiredo, ressaltando que 1/3 do estado não possui coleta e 2/3 não contam com tratamento de esgoto.
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As 21 cidades mapeadas pela Firjan são aquelas em que há um equilibrio entre o valor necessário a ser investido e o retorno financeiro dentro do prazo médio de concessão do mercado, que são 30 anos.
São elas: Angra dos Reis, Barra Mansa, Barra do Piraí, Itaguaí, Rio, Nilópolis, São Gonçalo, Cachoeiras de Macau, Cordeiro, Casimiro de Abreu, Aperibé, Itaocara e Itaperuna, onde há viabilidade de concessão dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto; e Pinheiral, Paraíba do Sul, Bom Jardim, Cantagalo, Rio das Ostras, Natividade, Cambuci e Bom Jesus, onde as PPPs podem ocorrer no campo do abastecimento apenas.
Para a Firjan, a reversão desse quadro demanda aumento dos investimentos e maior eficiência na aplicação dos recursos e na gestão das companhias operadoras. A revisão do Marco Legal que rege o setor, em debate no Congresso Nacional, tende a abrir o mercado para maior competição.
De acordo com o levantamento, as empresas públicas ou de capital misto encontram mais adversidades em relação a solucionar questões relativas a perdas de água, eficiência nas operações em campo e eficiência energética. Já as empresas privadas apontam que a experiência dos clientes, a criação de novos modelos de negócios e os smartgrids, constituem os maiores desafios no campo da inovação.
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As empresas privadas também demonstraram maior capacidade de se financiar com diferentes fontes. Contudo, tanto as públicas como as privadas, em linhas gerais não se utilizam de fontes de financiamento específicas para inovação.
Para discutir a falta de recursos para investimentos em saneamento e apontar possíveis fontes de financiamento para que as empresas invistam em inovação no setor, a Firjan e a Finep promovem nesta quinta-feira o Workshop de Inovação para o Saneamento, na Casa Firjan, em Botafogo.
Fonte: “O Globo”