Pense rápido: considerando que a distância, em linha reta, do Brasil para Índia é de 14.774 quilômetros, qual é o tempo estimado de viagem de um país a outro voando a 900 km/h? Se, para você, chegar à resposta de um pouco mais de 16 horas não é tão simples, para Alexandre Souza Rodrigues Júnior, de 18 anos, e Larissa Ferreira Perrone, de 17, esse cálculo é fácil. Os dois estudantes de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, acabam de voltar de terras indianas, onde cada um conquistou uma medalha de bronze na etapa internacional da Olimpíada de Matemática Sem Fronteira (International Young Mathematicians Convention, no nome original em inglês), na cidade de Lucknow. Outras três alunas também participaram da competição.
Fluente em inglês e alemão, Alexandre também está aprendendo, por conta própria, japonês e espanhol. Mas é com os cálculos que o rapaz bate um bolão. Consciente de suas habilidades com os números, ele está se preparando para conseguir uma bolsa de estudos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.
— Comecei a tomar gosto pela matemática aos 6 anos, depois de ser apresentado à disciplina pelo meu pai e meu falecido avô. Desde então, as contas passaram a ser a minha diversão — conta o estudante do Colégio Odete São Paio, no Colubandê, que diz ter feito um teste de QI, há dois anos: — Na época, meu QI era de 170 pontos. A média é de cem. Sei que isso me ajuda bastante, mas sempre digo uma frase: “O esforço vai além do talento”. Tive que estudar muito para chegar a essa competição.
Outra medalhista de bronze, a moradora do Jardim Catarina e estudante do Colégio Jean Piaget, Larissa Perrone, diz que gosta de ser um exemplo positivo para os amigos.
—Depois que participamos da Olimpíada de Matemática, no Brasil, passei a estudar muito para conseguir uma boa colocação na Índia. Sempre ajudo a galera nos estudos. Agora, vou me dedicar para me tornar engenheira da computação.
Competição fez cair quantidade de reprovações
Assessora pedagógica dos dois colégios gonçalenses que levaram alunos para a competição na Índia, Melissa São Paio conta que, há dois anos, as escolas passaram a ir à Olimpíada Brasileira de Matemática:
— No primeiro ano, ficamos no terceiro lugar geral. Esse ano, também faturamos medalhas. Para essa competição na Índia, o critério de seleção foi pela proficiência dos alunos em matemática e inglês. O mais interessante é que o número de reprovações nos dois colégios caiu muito.
Outras três competidoras de São Gonçalo que também ficaram bem colocadas foram as estudantes Ana Carolina Almeida, de 16 anos, e Letícia Ildefonso e Victória Lobato, ambas de 13.
— A experiência foi fantástica! Competimos com alunos das mais variadas nacionalidades. Vamos levar para a vida toda — diz Ana.
Os alunos ficaram na Índia entre 28 de novembro ao dia 8 deste mês e foram apoiados pelo professor de matemática Marcelo Alves.
Fonte: Jornal Extra.
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