O compromisso com a ética pode não fazer parte do novo Regimento Interno do Senado, jurado pelos parlamentares na posse do cargo. Depois de retirar da proposta o trecho que determina esse tipo de conduta, o senador Lobão Filho (PMDB-MA), relator da reforma, recuou e decidiu avaliar se deve mantê-lo.
Cientista político, Paulo Kramer observa que, no Brasil, a ética é apropriada pelos políticos para deslegitimar seus adversários. “Durante muitos anos, a ética esteve presente no discurso da esquerda para atacar a direita. Com a sua ascensão ao poder, o discurso ético foi banalizado, instituindo-se que ela só vale para os outros e que os fins justificam os meios”, analisa.
Para Kramer, é imprescindível que a palavra seja inserida no regimento dos senadores, desde que não fique apenas no papel. O cientista político comenta que a ética deve orientar a atividade parlamentar, cabendo aos cidadãos atentar para a conduta de seus representantes.
“Prefiro apostar nessa tendência iniciada com as manifestações de junho, que mostraram um eleitorado mais atento e que cobra, sobretudo, um comportamento ético, e não apenas um discurso ético”, conclui.
Saiba mais sobre a exclusão da “ética” do novo código de conduta dos parlamentares
Ética e poder = papéis e atores
Natan Sharanski, afirmou em seu livro “The Case for Democracy” que aos políticos de todas as cores falta “clareza moral”. O mesmo político que fala em democracia anda de braços dados com os piores ditadores…
Antes de discutir se coloca ou não a ética no código de conduta, nossos políticos deveriam ter algumas aulas sobre o que significa este vocábulo. Pois é surpreendente que o Senador Lobão Filho considere a ‘Etica” como algo subjetivo…..