A logística é um tema de absoluta relevância para as organizações públicas e privadas, devido aos ganhos por qualidade, redução de custos e no tempo de processamento de produtos e serviços, mediante a execução minuciosa para o controle de estoques, transportes e demandas consumidoras. Para o caso nacional, observa-se o descobrimento desta área do conhecimento, ainda em fase inicial, demandando profissionais qualificados e uma ruptura de um modelo ainda operacional para uma visão estratégica e de longo prazo.
Historicamente, a logística sempre foi relegada ao segundo plano no Brasil, com a prioridade para as políticas públicas para o controle inflacionário e do gasto público. Para as empresas privadas, o foco sempre foi destinado para questões que envolvem o planejamento estratégico e gastos com tecnologia da informação.
No entanto, as demandas por investimentos em infraestrutura, para a realização de eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, em paralelo ao crescimento econômico dos países emergentes, incluído o Brasil, vem estimulando o pensamento logístico e na gestão das cadeias de suprimentos.
Em especial, os portos vêm exigindo um pensamento estratégico de longo prazo e com amplo aporte de recursos. São vários os problemas correlacionados a estes terminais, desde a profundidade média dos calados, número insuficiente de áreas de atracagem, lentidão no desembaraço de mercadorias, burocracia governamental, limitações das áreas de estocagem e sérios problemas de acesso pelas rodovias e ferrovias.
A priori, a melhor solução seria a realização de investimentos privados, mediante a supervisão pública, conforme exposto na lei dos portos 8630/93, estimulando a entrada de capital estrangeiro e o favorecimento para o comércio exterior, por exemplo. Para um país com as dimensões territoriais como o Brasil, o número atual de portos é insuficiente para explorar todo o seu potencial produtivo e até mesmo para o turismo, algo pouco demandado.
Finalmente, a retomada da indústria naval, antes concentrada em estaleiros como o Mauá/Jourong em Niterói, Estado do Rio de Janeiro era a fiel constatação da estagnação do setor portuário e a concorrência desleal estrangeira, atendendo setores estratégicos como mineração e petrolífero. Observa-se o início das operações de empresas como a OSX, do grupo EBX, na região Sul do país, bem como a EISA, na região Nordeste, na construção de navios de grande porte e em operações portuárias integradas, envolvendo a movimentação de contêineres, granéis e até mesmo na geração de energia.
Logo, caso estes investimentos sejam acompanhados por um excelente planejamento e de boa vontade política, o futuro poderá ser vitorioso para o setor portuário, caso contrário, a própria história encarregará de evidenciar as trapalhadas de um segmento que sobrevive em função das sazonalidades internacionais.
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