Os mercados operaram nesta quarta-feira divididos sobre a decisão do COPOM entre a possibilidade de um corte de 1,5 ponto percentual, por agora um consenso, e a crescente adesão dos que acreditam numa atitude mais agressiva, com corte de 2 ponto percentual, com o juro recuando a 10,75%. Maior do que isto seria complicado, por ser interpretado de que a crise está pior do que o esperado e o Bacen retendo informações sobre o “estado real” da economia para os agentes.
Acreditamos que, diante dos últimos indicadores de atividade industrial e de inflação, o Bacen não decepcionará, sancionando as expectativas de maior parte dos agentes, num corte de 1,5 ponto percentual. Os dados do PIM de janeiro, mostrando uma forte queda em janeiro contra o mesmo mês do ano anterior (-17,2%) e do PIB neste quarto trimestre contra o anterior (-3,6%), e a inflação sob controle, corroboram para esta decisão.
Sobre a inflação, em março, o IGPM derreteu na primeira prévia, registrando deflação de 0,43%, e o IPCA de fevereiro veio em linha com o mercado, registrando 0,55% contra 0,48% no mês anterior.
A maior pressão do “índice oficial” do governo veio do item Educação, em alta de 4,77%, com contribuição de 0,33 p.p., responsável por 60% desta taxa em fevereiro. Com isto, no ano a taxa acumula 1,03%. Este comportamento do IPCA, no entanto, pode sido considerada pontual, fruto de uma alta concentrada das mensalidades e do material escolar, não se perpetuando nos próximos meses.
Já o IGPM registrou deflação de 0,45% no primeiro decêndio de março, indicando uma forte perda de força dos IPAs, com os alimentos despencando. O IPA passou de 0,49% para -0,71%, com Bens Finais recuando de 1,42% para 0,04%, e os alimentos processados passaram de 3,15% para 0,47%. Bens Intermediários passaram de -0,46% para -0,6% e Matérias Primas Brutas, de 0,84% para -1,90%, com soja, milho e café recuando fortemente.
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