A ocupação da favela chamada de Rocinha, ocorrida recentemente no Rio de Janeiro, trás-nos à memória certos conhecimentos da história pátria. Por ocasião da abolição da escravatura, em 1888, os negros que trabalhavam nas fazendas a troco de um prato de comida foram jogados na rua, pois os fazendeiros não queriam dar comida de graça a homens livres e estes, por sua vez não queriam trabalhar sem receber qualquer paga. Todas as fazendas de café do Vale do Paraíba tinham como trabalhadores os escravos. Estes quando se viram libertos pela Lei Áurea, saíram do campo, e no Rio de Janeiro foram habitar os morros do centro da cidade como os morros da Conceição e da Providência. Estes morros eram cobertos por uma árvore que dava como fruto uma planta que se chamava fava. Daí serem chamados de faveleiros as pessoas que ali habitavam e os bairros de favelas. Como é de se imaginar, os habitantes das favelas eram pessoas sem recursos, constituindo os mais pobres da região.
Diversos governantes tentaram melhorar a situação dos faveleiros com programas de assistência social e moradia. O último que se tem notícia foi o Banco Nacional de Habitação (BNH) que pretendia construir habitações para as pessoas pobres mediante financiamento barato. Este Banco, ideia do brasileiro Roberto Campos, no governo Castelo Banco, foi fechado pelo então Presidente José Sarney. Porque não sei. As favelas foram se espalhando pelo Rio de Janeiro e, nos outros Estados o episódio se repetiu. Até hoje não se notam nas regiões pobres ações eficazes para moradia de pessoas com menos recursos.
O Estado do Rio de Janeiro com as suas Unidades de Policias Pacificadoras (UPPs) tem procurado melhorar, pelo menos, a situação de criminalidade ali existente, inclusive o tráfico de drogas. Foi uma excelente ideia do atual Governo do Rio de Janeiro e seu eficiente secretário de segurança Beltrame.
A ocupação da Rocinha, com grande êxito, mostra que, se o governo é bom, as mazelas são eliminadas. Façamos votos para que o episódio se repita em outras cidades do Brasil.
A questão das favelas faz-me lembrar Werner Finck, estudioso americano: “Todos querem comer na mesa do Governo, mas ninguém quer lavar os pratos”.
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