Como escreveu Guimarães Rosa em o ‘Grande Sertão: Veredas’, “sapo não pula por boniteza, mas por precisão”. A máxima, que se perpetua por força do clássico da literatura, veste como luva o momento marcado por pequenos e médios empreendedores que buscam respostas mais definitivas sobre o impacto do mau momento da economia no fluxo de caixa de seus respectivos negócios.
A reflexão é justificável. O ano de 2015 mal começou e a sucessão de fatos da economia alimenta o pessimismo. Se na última década o brasileiro se adaptou a trabalhar com um cenário de consumo e de crédito fartos, moeda valorizada e investidores propensos ao risco, agora (e para os próximos meses, até mesmo anos), a tendência é diametralmente oposta, com queda da renda disponível, contração no mercado de trabalho, um quadro de estagnação e até uma ligeira recessão a curto prazo.
Por tudo isso, é realista prever momentos complicados no futuro, com crescimento que tende a ser “flat”, como afirmou na semana passada o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, querendo dizer que o PIB deverá fechar o ano próximo a zero.
Mas quais as consequências desse novo quadro econômico para o ambiente de negócios? Existem setores mais sensíveis que outros? Para responder essas perguntas, o Estadão PME ouviu a opinião de 18 personalidades do mercado, um time bastante heterogêneo com empreendedores, executivos de grandes empresas, representantes da indústria e do mercado financeiro, além de consultores e professores de economia.
A resposta dada por eles não foi a mesma. Enquanto alguns pequenos empresários, embora preocupados, tendem a reproduzir um discurso um pouco mais confiante, os analistas, de correntes distintas, são uníssonos no posicionamento cauteloso, para não dizer pessimista.
“Vai ser um ano duro”, diz Alexandre Cunha Leite, professor da Universidade Estadual da Paraíba. “O governo está implementando uma política fiscal pesada para quem é grande e ainda mais pesada para quem é pequeno.”
“O cenário não é dos mais animadores, tendo em vista que saímos de um 2014 muito complicado e teremos pela frente um 2015, no mínimo, parecido”, arrisca Guilherme Mello, da Unicamp.
“O momento, por hora, é complicado para todo mundo”, analisa José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. “É preciso esperar até setembro para ver os sinais da economia internacional e analisar o cenário para médio prazo”, opina o economista.
Nos links abaixo, preparamos uma análise sobre o que o empreendedor poderá enfrentar em 2015 conforme o ramo de atividade – indústria, serviço e comércio –, com dicas dadas por empresários e especialistas sobre como enfrentar os próximos meses e colher bons frutos.
Atenção ao planejamento vai fazer a diferença
Economia afeta confiança de grandes empresários
Indústria sofre, mas pode se recuperar
Juros altos e redução do crédito impactam comércio e serviços
Momento pode ser uma boa oportunidade
Fonte: O Estado de S.Paulo
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