A metáfora é um meio sutil e precioso para se descrever idéias e conceitos. No entanto me dão fastio as metáforas na área de negócios que relacionam homens a bichos, apesar da corrente zoológica vender muitos livros como “O vôo do búfalo”, “Ensinando o elefante a dançar”, “A sabedoria dos lobos” etc. Prefiro o sarcasmo do consultor Clemente Nóbrega, ao sugerir a metáfora: “Gerenciando como os jumentos. Eles trabalham duro, seguem um só líder e expulsam intrusos a coices. O único problema é que empacam sem avisar”.
Em contrapartida, gosto muito das metáforas que casam comportamentos humanos em diferentes áreas. A criatividade consiste muitas vezes em aplicar padrões de um setor a outro. É um primor a metáfora da norteamericana Jane Marie Chen, comparando as ações do surfista e do empreendedor. Quando ainda é um aprendiz, o surfista está sempre caindo na água e tem que encontrar coragem para enfrentar a onda seguinte. Com isso ele aprende a ser persistente, condição imprescindível ao empreendedor que inevitavelmente comete erros e tem a obrigação de aprender com eles. No oceano, onde as condições mudam minuto a minuto, o surfista convive com o conceito de impermanência, presença irrecorrível no cotidiano do empreendedor. Jane vê o empreendedorismo como um processo de busca e diz que não somos definidos pelos sucessos ou fracassos, mas pelo que fazemos durante o caminho que escolhemos. Citando Churchill, o sucesso não é definitivo, o fracasso não é fatal, o que conta é a coragem de continuar. Como se vê, empreendedorismo confunde-se com a vida.
Ouça o comentário abaixo, publicado pela “Band News”: