Diante da desaceleração da economia global, a líder do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alerta os países da América Latina para a necessidade de “manter amortecedores e assegurar uma margem fiscal suficiente”. Segundo o economista e especialista do Instituto Millenium, Roberto Luis Troster, Lagarde segue uma clássica prescrição ao sugerir que os governos tenham espaço para estimular a economia com gastos maiores. “Numa crise há uma queda de arrecadação e um aumento de gastos”, explica.
No relatório World Economic Outlook, que teve a ultima revisão divulgada em 8 de outubro, o FMI demonstrou uma preocupação especial sobre a expansão do consumo, o endividamento das famílias e a baixa taxa de investimentos da economia brasileira. Troster considera as preocupações do Fundo pertinentes. Ele explica que o estímulo ao consumo pode ser uma solução no curto prazo, mas alerta: “o governo deveria fomentar a produção, que é o que determina o crescimento a longo prazo”.
A nova política econômica existe só nas intenções
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O economista explica que o grau de endividamento das famílias brasileiras é tão alto que está puxando os índices de inadimplência mesmo em um cenário de pleno emprego. “A inadimplência que devia estar num piso histórico em razão do baixo desemprego, está num patamar altíssimo. Uma em cada nove famílias brasileiras não tem como pagar suas dívidas, e uma em cada três tem contas atrasadas”.
O baixo ritmo de crescimento da economia brasileira também mereceu destaque no relatório do FMI. Seguindo a visão de grande parte dos economistas, Troster chama atenção para a necessidade da promoção de reformas estruturais na economia nacional. “O governo tem que parar de pensar no curto prazo e focar no longo, pensar mais na velocidade de cruzeiro daqui há alguns anos, do que se 2012 crescerá 1,5 ou 1,8. A agenda para tal chama-se reformas – tributária, trabalhista, do judiciário, bancária etc”, conclui.
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