Modelo é opção atraente para o empreendedor com pouco dinheiro, mas existem limitações que precisam ser observadas
Depois do food truck, um novo modelo de negócio começa a despertar a atenção dos empreendedores que buscam uma opção mais em conta para começar ou divulgar sua marca: a food bike. As bicicletas e triciclos começam a invadir São Paulo e atuam, como seus similares motorizados, em feirinhas gastronômicas, eventos ou estabelecem parcerias com lojas para venderem seus produtos em estacionamentos privados.
O modelo é opção interessante para quem não conta com capital suficiente para investir em uma loja, mas há limitações importantes. O coordenador da incubadora de negócios da ESPM, José Eduardo Amato Balian, lembra, por exemplo, que a venda na rua exige licenças, o que costuma levar o empreendedor do ramo a oferecer seu cardápio em eventos. Outro limitador é a própria estrutura da bicicleta, que faz o empresário trabalhar com o estoque reduzido, além de depender do clima e precisar de um veículo maior para o transporte até o local dos eventos. Por isso, uma boa alternativa é usar a bike como divulgadora da marca ou produto.
“Não é um negócio que vai dar um faturamento grande por suas limitações, mas como alternativa para divulgar a marca e receber pedidos pode ser um modelo interessante”, afirma o professor da ESPM.
Quem aposta na tendência é Bianca Alves Costa, idealizadora da Brownie Affair. Há seis anos, ela começou a investir na paixão pela gastronomia e há três se especializou nos brownies. “Senti a necessidade de ter um contato maior com o cliente. Como não tinha dinheiro para abrir uma loja, veio a ideia da bicicleta”, conta Bianca, que investiu R$ 5 mil no triciclo. Em um bom evento, Bianca vende entre 100 e 150 bolinhos ao preço médio de R$ 6. Mas 70% do faturamento vem de encomendas que a bike ajuda a trazer.
“Depois da bicicleta, a Brownie Affair é conhecida como uma marca. Antes era uma pessoa que fazia brownie”, destaca a empreendedora.
Os sócios André Fischer, Danilo Janjacomo e Ariel Kogan são adeptos das bicicletas e investiram no modelo para a marca Los Mendozitos, que começou com a venda de vinhos em trailer. Hoje, são seis carros desse tipo em operação e um triciclo, lançado em setembro. “Nos dois últimos meses a bike tem chamado mais a atenção e tem uma maior requisição para eventos”, revela Fischer.
O empresário até poderia investir em mais bicicletas, mas ele esbarrou no custo de montagem um pouco maior: R$ 20 mil. Além disso, a logística que envolve a operação é complicada. Enquanto um trailer vende 180 garrafas em um dia bom, a bicicleta comercializa 50. Hoje, os sócios planejam a expansão por meio de franquias para março, quando o negócio completa um ano. Ainda estão nos planos o lançamento de um vinho de marca própria.
Fonte: O Estadão PME
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