Políticas públicas mal elaboradas, excessiva burocracia das universidades e dificuldades na emissão de vistos de trabalho são algumas das principais ameaças ao desempenho brasileiro na corrida global por cérebros. De acordo com a reportagem “A guerra global pelos talentos”, publicada pela revista “Exame” da primeira quinzena de abril, o Brasil tem um dos maiores déficits de mão de obra qualificada do mundo. Apenas 7% da população nacional entre 24 e 35 anos têm nível superior de formação. Estimativas mostram que a indústria brasileira tem 150 mil vagas ociosas para engenheiros.
Além do fenômeno da fuga de cérebros, quando os pesquisadores brasileiros deixam o país para fazer carreira em universidades dos países desenvolvidos como Estados Unidos, França e Japão, também sofremos com a baixa de estudiosos estrangeiros em solo nacional. Nos últimos cinco anos, apenas 2% dos 250 mil vistos concedidos a estrangeiros destinavam-se a profissionais com 17 anos de estudos, período equivalente a conclusão da pós-graduação.
Até mesmo a Argentina atrai mais estudantes norte-americanos do que o Brasil. Isso revela que, apesar de ter enviado 22 mil universitários ao exterior desde sua criação, em 2011, o programa de intercâmbio do governo Federal “Ciência sem Fronteiras” trouxe poucos profissionais de outras nacionalidades para o país. Para uma nação em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, essa é uma constatação preocupante. Em um futuro próximo, a capacidade de atrair intelectuais será um dos principais fatores de vantagem competitiva dos países e é possível que o país fique atrás mais uma vez.
Oportunidades a vista
A inauguração de novos centros de pesquisa no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como o laboratório da multinacional norte-americana General Electric e de outras 12 empresas como Siemens e Usiminas criam oportunidades inéditas para os profissionais do país. Ainda assim corremos o risco de empregar estrangeiros vindos dos países mais afetados pela crise econômica mundial, principalmente na Europa.
Confira os gráficos da mão de obra qualificada(fonte: Revista “Exame”)
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