Os gabinetes dos senadores viraram verdadeiros cabides de empregos de funcionários comissionados. Segundo o regimento interno do Senado, cada um dos 81 integrantes da casa têm direito a 12 cargos comissionados. Mas, a regra não vem sendo respeitada. Na prática, o que se vê é a multiplicação de cargos do tipo. Hoje há 2.505 comissionados lotados no Senado.
Em declaração ao Instituto Millenium, o cientista político e jornalista Luiz Felipe D’Ávila apontou dois problemas para o aumento do número de funcionários comissionados: os problemas nos quadros permanentes e as contratações políticas. “Se o Senado tivesse quadros permanentes de muita qualidade não haveria necessidade de inchar a máquina contratando pessoas para cargos comissionados.”
D’Ávila também criticou as contratações com fins meramente políticos. “O velho e tradicional empreguismo público acaba sendo uma forma de remunerar aliados ou apoiadores de determinados temas de interesse dos senadores.”
Os gastos com vale-refeição mostram como o inchaço da folha de pagamentos do Senado prejudica os cofres públicos. Por mês, são gastos R$ 1,598 milhão somente com alimentação. Caso os parlamentares contratassem apenas os 12 servidores determinados pelas normas, esse custo cairia para seria de R$ 620 mil. Cada servidor recebe R$ 638 mensais para despesas com alimentação.
O jornalista criticou o aumento dos gastos públicos diante da queda do crescimento da economia para 2,7%, em 2011. “Isso, evidentemente, acaba trazendo um custo inexplicável do aumento da máquina pública num momento muito complicado da economia.”
D’Ávila ressaltou a importância da reformulação nos quadros do funcionalismo público. “O Brasil precisa atrair gente mais talentosa para a área pública, para que nós possamos ter quadros permanentes mais competentes e eficazes, reduzindo o número de cargos comissionados.”
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