Durante uma crise de abastecimento do setor elétrico, com risco de racionamento, governo publicou em Diário Oficial da União nesta sexta-feira a Medida Provisória 643, que permite a ampliação por dois anos do mandato atual de Hermes Chipp, diretor-geral do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS).
Chipp, homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, já havia sido reconduzido ao cargo, o que era permitido pela lei em vigor, mas deveria deixá-lo em maio. Com a MP, o governo tenta garantir a permanência da gestão atual, sem criar novos ruídos no órgão responsável pelo controle e segurança do abastecimento.
Os rumores de que o governo editaria uma MP para ampliar o mandato de Chipp circulavam desde o início do ano. Segundo autoridades do governo federal, apenas no fim deste mês de abril seria possível apontar uma perspectiva mais firme sobre a necessidade de racionamento de energia neste ano.
Apesar de atender a um anseio do governo, a medida provisória pode aquecer ainda mais no Congresso as discussões sobre o setor elétrico, uma vez que ela terá de ser debatida na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para ser aprovada. Nesta quinta-feira, deputados apresentaram pedidos para convidar os três executivos que deixaram o conselho da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta semana, enquanto o governo usa a entidade privada no pacote de socorro às distribuidoras do setor.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vinha cobrando da presidente Dilma Rousseff a mudança na legislação para permitir a recondução de Hermes Chipp à direção do ONS, disse uma importante fonte ligada ao governo. No entanto, ele pessoalmente era contrário a medida por acreditar que existem no setor outras pessoas capazes para assumir o Operador.
O mercado dava como certa a indicação para o cargo de Luiz Eduardo Barata, presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) pela presidente Dilma. Porém, a crise que estourou na entidade nesta semana teria enterrado esta possibilidade.
– Barata não foi queimado, porque está segurando a crise na CCEE. Dilma gosta dele, foi homem chave na elaboração do modelo do setor elétrico quando ela era ministra de Minas e Energia – disse uma fonte.
Fonte: O Globo
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