O governo busca espaço no orçamento para fazer um novo desbloqueio de despesas, segundo apurou o “Estadão/Broadcast”. A área econômica faz nesta quinta-feira, 19, uma última avaliação para fechar o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, que será encaminhado nesta sexta-feira, 20, ao Congresso. A liberação, segundo técnicos da área econômica, é importante para dar mais fôlego a áreas do governo que estão passando por dificuldades com um orçamento muito apertado.
Até o início da semana, a expectativa era de uma liberação com uma folga maior do teto de gasto com base em revisão para baixo de despesas com o pagamento de benefícios da Previdência e de subsídios. Mas os números mudaram um pouco de lá para cá. Um dos problemas é definir quem vai receber os recursos.
Essa revisão nas despesas é necessária para abrir espaço para a liberação porque o teto de gasto estava próximo de atingir o seu limite. Depois da implantação da regra do teto, não basta mais um aumento de receita para a liberação dos gastos.
Leia também:
Monica de Bolle: Como destruir a economia
Julio Hegedus: Por um novo consenso
Márcio Coimbra: Reféns do atraso
Do lado das receitas, a previsão de arrecadação de impostos e contribuições federais cobrados pela Receita Federal deve ficar em torno de R$ 4 bilhões superior ao previsto anteriormente. A equipe econômica também vai subir a previsão de receitas de royalties de petróleo puxada pela alta do dólar e de preços. A expectativa é de uma elevação entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões.
PIB. No relatório, o governo deve reduzir de 3,3% para 2,5% a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, já antecipou em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada que a previsão do PIB para este ano será de 1,6%, ante 2,5%.
Em maio, o governo liberou R$ 2 bilhões, reduzindo para R$ 9 bilhões o valor bloqueado. Na época, o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, fez questão de ressaltar que o orçamento de 2018 estava “exatamente no limite do teto de gastos”. Ele alertou na ocasião que havia ainda riscos fiscais envolvidos, o principal deles a renegociação do Simples.
Da liberação de R$ 2 bilhões, R$ 550 milhões foram destinados ao Programa de Aceleração do Crescimento, R$ 400 milhões para o Ministério da Educação e R$ 180 bilhões para o Ministério de Desenvolvimento Social.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”