O secretário da Fazenda do governo de São Paulo, Henrique Meirelles, disse na quinta-feira (15) que o Estado pretende fazer a privatização da Emae ainda neste ano, deixando para 2022 a capitalização da Sabesp, um processo considerado mais complexo.
“Temos a Emae, que tem a usina São Paulo, e que está sendo objeto de processo de privatização. Estamos na fase de seleção de consultores para fazer a privatização da Emae em 2021”, disse Meirelles durante live do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Por outro lado, o secretário informou que o governo ainda avalia se fará uma capitalização parcial (sem entrega do controle) ou total, o que corresponderia a uma privatização, da Sabesp.
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“A privatização da Sabesp é um processo mais complexo … Em qualquer hipótese capitalização total ou parcial, veremos aporte de recursos substancial ao Estado”, assinalou Meirelles, acrescentando que o “mais provável” é que a operação da Sabesp seja efetivada em 2022.
De acordo com o Credit Suisse, a sinalização de Meirelles de que São Paulo continua analisando alternativas para a Sabesp, incluindo privatização, é positiva. Contudo, os analistas apontam que o mercado aguarda um cronograma para os estudos em andamento, detalhes sobre alternativas e prazos para decisão.
Perspectivas para a economia
Sobre o tema economia, Meirelles ainda disse que São Paulo está liderando a saída da crise sanitária, fazendo novamente um contraponto entre o que acontece no Estado e no restante do País. Ao lembrar do crescimento de 0,4% da economia paulista no ano passado, na contramão da queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil como um todo, Meirelles reafirmou que São Paulo entrou neste ano em crescimento, enquanto as perspectivas da economia brasileira estão sujeitas “a muitas dúvidas”.
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“O Estado de SP está liderando o processo de saída da crise sanitária e econômica”, disse o secretário, explicando que as perspectivas positivas para este ano estão baseadas no avanço da vacinação. “Mais de 7 milhões de pessoas já foram vacinadas em São Paulo, além de o Estado ter fornecido 30 milhões de doses a outros estados”, afirmou.
O secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado de São Paulo afirmou que, se o governo federal precisa aceitar a formulação de um Orçamento irreal em troca de apoio político, o País tem um problema sério. Ao comentar o impasse em torno do projeto, que aguarda sanção com ou sem veto pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Fazenda apontou, também, que, como as despesas obrigatórias terão de ser executadas mesmo sem estarem integralmente previstas na peça, certamente haverá impacto sobre a formulação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, que foi divulgada no período da tarde.
Fonte: “InfoMoney”, 16/04/2021
Foto: Reprodução