O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o teto de gastos será mantido e que o governo avançará em reformas. Segundo o ministro, se houver uma segunda onda da covid-19, o governo será decisivo, mas que não usará a doença como desculpa para fazer irresponsabilidades. “Quem gastou 8% do PIB pode gastar 12% do PIB. Podemos gastar um pouco mais. Uma coisa é se vier uma segunda onda, seremos igualmente decisivos. Mas não vamos nos mover se a doença for embora. As pessoas entendem isso.”
Guedes citou que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do pacto emergencial prevê gatilhos para momentos de emergência e que há chance de aprová-la ainda este ano. O ministro mencionou a aprovação da autonomia do Banco Central no Senado como um bom sinal. “Aprovamos independência do BC, um sonho meu há 40 anos.”
O ministro citou que o governo foi razoável em propor o auxílio emergencial, mas que o Congresso dobrou o número de pessoas elegíveis e triplicou o valor do benefício. “O processo político foi uma competição de quem paga mais. Eu entendo o jogo, ficou claro para todo mundo. Mas é claro para todo mundo que, como a pandemia vai diminuindo, e está caindo, esses estímulos vão saindo.”
O ministro afirmou que as pessoas acham que o presidente Jair Bolsonaro é populista e quer manter os gastos elevados, mas que ele é popular e já sinalizou compromisso com o ajuste fiscal. “Estamos determinados a voltar ao nosso processo de ajuste fiscal. Queremos nos mover para economia de mercado, acelerando privatizações.”
Segundo Guedes, a onda de aumento de preços de alimentos e material de construção não irá se transformar em alta generalizada e permanente.
Fonte: “Estadão Conteúdo”, 10/11/2020
Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo