O rombo nas contas do governo federal em 2020 deve somar R$ 787,449 bilhões, informou o Ministério da Economia nesta quarta-feira. Se confirmado, será o pior resultado da série histórica do Tesouro Nacional, que começa em 1997.
O déficit ocorre quando as despesas do governo superam as receitas com impostos e contribuições. Isso vem acontecendo desde 2014, mas neste ano foi intensificado, por conta das medidas de combate ao coronavírus. Antes, o pior resultado para as contas públicas foi registrado em 2016, quando o país teve um déficit de R$ 159 bilhões.
O número divulgado nesta quarta-feira faz parte do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do governo. No último relatório, em maio, a área econômica estimou que o rombo nas contas públicas seria menor, de R$ 540,533 bilhões. A diferença entre as duas previsões é de 45%.
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O novo cálculo considera uma retração de 4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, estimativa que foi divulgada na semana passada pelo Ministério da Economia.
Para este ano, o governo tinha autorização para registrar em suas contas um déficit primário de até R$ 124,1 bilhões. Entretanto, com o decreto de calamidade pública, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso Nacional devido à pandemia do novo coronavírus, o governo não está mais obrigado a cumprir a meta, ou seja, está autorizado a gastar o que for preciso para combater a pandemia.
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De acordo com a Economia, esse rombo nas contas públicas acontecerá por conta das despesas autorizadas para combater a crise do coronavírus. Esse gasto adicional foi maior em duas frentes: nas ações de saúde e nas medidas para evitar o aumento do desemprego e compensar a queda de arrecadação.
Além disso, por conta da forte retração na economia, a arrecadação de tributos será menor em 2020. Isso também contribui para o aumento do déficit nas contas públicas.
A previsão é que as despesas totais do governo cheguem a R$ 1,982 trilhão. As despesas já autorizadas para o combate à pandemia somam R$ 509 bilhões neste ano. Já as receitas vão ser de R$ 1,195 trilhão.
Quando o governo gasta mais que arrecada, ele lança títulos no mercado, o que faz a dívida pública crescer. A dívida bruta do governo deve se aproximar da marca de 100% do PIB neste ano.
Fonte: “O Globo”