Criticando a possibilidade de aumento de salário de servidores proposta no socorro a estados e municípios, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o momento não é de aproveitar que o “gigante caiu” para ver “o que podemos tirar dele”. O ministro participou de reunião com empresários, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira.
– A hora em que o país tem uma crise como essa, a pergunta que sempre fazemos é a seguinte: Que sacrifício ou contribuição podemos dar pra nação? E não aproveitar que o gigante caiu e ver o que podemos tirar dele. O que podemos tirar enquanto o Brasil está caído? Essa não é a pergunta correta, é o que podemos contribuir e não o que podemos tirar – afirmou.
O congelamento de salários por 18 meses era um contrapartida do governo ao auxílio de R$ 60 bilhões que será repassado para estados e municípios. A previsão inicial era de uma economia de R$ 130 bilhões, mas os parlamentares decidiram excluir algumas categorias, como professores, militares e policiais federais.
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Para justificar o congelamento de salários, Guedes disse que os recursos que iriam para aumento de servidores poderiam faltar para a saúde.
– Isso é um dinheiro que vai faltar para a saúde mais tarde, se mais tarde quisermos estender um auxílio emergencial ou se quisermos salvar companhias importantes para o futuro do Brasil, não vão ter esse recurso que está sendo consumido na hora de uma tragédia – afirmou.
Seguindo essa linha, Guedes também afirmou que era uma forma dos servidores contribuírem para o enfrentamento à crise. O ministro comparou a situação de trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos.
De acordo com o ministro, sem esse aumento os estados terão mais capacidade de proteger a população, com R$ 130 bilhões de economia no próximo um ano e meio.
– É um momento em que milhões de brasileiros estão sofrendo ameaça de desemprego, a economia pode se desintegrar. A contribuição do funcionalismo que nós pedimos, é simplesmente não pedir aumento por um ano e meio – disse.
Fonte: “O Globo”