O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que pretende implementar um novo programa de incentivo para que jovens estudantes participem de curso de capacitação. A ideia, segundo o titular da pasta, é que eles recebam uma bolsa de até R$ 300 para concluírem a formação profissional.
Guedes comentou a proposta em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste domingo (2.mai.2021). De acordo com a publicação, o ministro já tem até um nome para o programa: BIP (Bônus de Inclusão Produtiva).
“Da mesma forma que você dá R$ 200 para uma pessoa que está inabilitada para receber o Bolsa Família, por que não pode dar R$ 200 ou R$ 300 para um jovem nem-nem? Ele nem é estudante nem tem emprego. É um dos invisíveis. Por que eu não posso dar R$ 200 ou R$ 300? Estou pagando para uma empresa treiná-lo. Eu vou dar R$ 300”, afirmou.
Os jovens chamados de “nem-nem” são aqueles que não estão nem trabalhando e nem estudando. O termo é usado para se referir a essa faixa de pessoas que estão à margem do mercado de trabalho. Para Guedes, é preciso incluir essas pessoas na economia do país.
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A ideia não é exatamente nova. No governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o governo federal começou a pagar bolsas de estudo em cursos técnicos, por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que atualmente é chamado de Bolsa Formação. Por meio de parcerias, o governo oferece bolsas de estudo voltadas a estudantes do ensino médio, trabalhadores, beneficiários de programas de transferência de renda e estudantes que tenham completado o ensino médio em escolas públicas.
Essas pessoas recebem ajuda de custo e, em alguns casos, valores em dinheiro para participarem das aulas. A concessão do benefício é condicionada à frequência dos alunos.
Guedes não explicou em que pontos a proposta dele se diferencia do Bolsa Formação.
AUXÍLIO EMERGENCIAL PODE TER MAIS PARCELAS
Na entrevista, Guedes também citou a possibilidade de estender o pagamento do auxílio emergencial. Depois da aprovação da PEC Emergencial, o governo se comprometeu a pagar mais 4 parcelas, com valor médio de R$ 250 aos beneficiários. O ministro citou que pode haver mais parcelas, caso a pandemia se prolongue.
“Isso pode acontecer. Tem recursos já separados para isso. O que a gente sabe é que quando ele acabar, ele tem que aterrissar no Bolsa Família mais robusto e permanente. Tem que ser bem financiado”, afirmou.
Fonte: “Poder360”, 02/05/2021
Foto: Infomoney/YouTube