Se analisarmos a esquerda de décadas atrás, e compararmos com a esquerda de hoje, vamos perceber uma grande diferença, um discurso aparentemente menos agressivo, mas ao mesmo tempo com uma sanha de controlar o que pode e o que não pode ser dito. Tal movimento não ocorreu apenas no Brasil, e é ele que o livro “Guerra cultural: Como o pós-modernismo criou uma narrativa de desconstrução do ocidente” se propõe a explicar. Ele é nossa dica de leitura desta semana.
Nesta obra, o autor Stephen Hicks analisa a transformação da esquerda ao longo dos últimos 150 anos – do socialismo científico à atual esquerda pós-moderna. Se antes, essa corrente ideológica tentava fundamentar suas pautas na razão e na ciência, agora, ela parece ter aderido à ideia relativista de que a verdade não existe. Por que teria abandonado agendas materialistas (como a socialização dos meios de produção) para, agora, dedicar-se à manipulação da linguagem e ao politicamente correto? Por que a esquerda, que se pensava universalista em sua defesa da classe trabalhadora, agora promove a divisão das pessoas em infinitos grupos minoritários, com as políticas identitárias baseadas em raça, gênero, sexualidade?
Hicks detalha todo o percurso que culminou na estratégia pós-moderna da esquerda na atualidade. O pós-modernismo é definido por uma atitude de ceticismo, ironia ou rejeição aos estudos consagrados de toda a trajetória humana. Nossa cultura se encontra atualmente envolvida em uma guerra de ideias, e essas ideias precisam ser compreendidas.