O Mercosul foi criado em 1991, pelo Tratado de Assunção, e ratificado em 1994, pelo Protocolo de Ouro Preto.
Dentre seus objetivos – econômico predominantemente – creio que um dos principais é promover a integração da América Latina, amenizando as diferenças culturais pelo conhecimento e reconhecimento mútuos.
O Brasil “paga”, historicamente, pelo fato de ser o único país do continente a ter como língua oficial o português, a “última flor do Lácio”, e pela inexplicável resistência ou dificuldade que significativa parte dos que falam espanhol tem para entender e aprender nosso idioma.
Aqui, nos esforçamos para entender nuestros hermanos, alguns dos quais insistem em falar espanhol mesmo após décadas de vivência no Brasil. No exterior, infelizmente, a recíproca nem sempre é verdadeira.
Para brasileiros, até bem pouco tempo o espanhol ficava restrito a amantes de ritmos latinos. Hoje, no entanto, o conhecimento desse idioma é indispensável para questões econômicas e políticas da região, além de ser extremamente útil nos âmbitos: profissional, cultural e turístico. Nesses casos, é preciso mais do que o “portuñol”!
A introdução do espanhol no currículo de escolas públicas de Ensino Médio é uma boa iniciativa, apesar da dificuldade de contar com professores e instalações especializadas para tanto. Porém, ainda que as condições fossem ideais, segundo a Lei Federal nº 11.161/2005, a disciplina é optativa. No mais, de nada adianta lecionar idiomas sem prática atrativa e contínua.
Os cursos de idioma buscam essa fórmula, sendo que a imersão idiomática seria a condição ideal. Porém, poucos teriam condição de enviar e manter seus filhos no exterior, com esse objetivo, a não ser com bolsas de estudo.
Aí, também entrariam os fatores: mérito, motivação e desempenho.
Existem, no entanto, soluções teoricamente mais viáveis, embora ainda socialmente limitadas, para fomentar e facilitar a aprendizagem do espanhol, como de outros idiomas também.
Vejamos a TV por assinatura. Alguns pacotes incluem canais de variedades internacionais, como: RAI (italiano), NHK (japonês), DW (alemão), CNN (inglês), TV5 (francês) e TVE (espanhol). Ótimo!
No caso da TVE, salvo alguns programas específicos, as notícias e abordagens culturais são, obviamente, com foco na Espanha.
Considerando a necessidade de integração latino-americana, porque não incluir emissoras de países vizinhos nos pacotes básicos das operadoras: um argentino e um uruguaio, por exemplo?
É certo que essa inclusão depende de acordos que envolvem custos. No entanto, a almejada integração justifica a celebração de convênios entre governos, favorecendo essa veiculação.
Em tempos de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, seria uma iniciativa a mais para melhorar o contato com estrangeiros, não como modismo, mas – uma vez mais – como parte de um projeto de congraçamento latino-americano.
Certamente, os canais precisariam ser criteriosamente selecionados para conquistar o público-alvo. Sua inclusão como material de pesquisa escolar, adicional às aulas de idioma, também precisaria ser adequadamente considerada, no âmbito pedagógico.
Enfim, trata-se de uma sugestão. ¿Qué tal?
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