As importações de carne suína da China mais que dobraram na comparação anual em julho, para 430 mil toneladas, atingindo um volume recorde mensal, mostraram dados de alfândega da noite deste domingo (23), mesmo com controles mais rígidos sobre cargas que chegam ao país.
Importadores chineses têm comprado grandes volumes da carne neste ano devido a uma escassez de oferta doméstica depois que uma epidemia de peste suína africana matou milhões de porcos.
Ainda assim, os dados surpreenderam, após muitas unidades de processamento no exterior terem sido forçaras a parar ou desacelerar a produção nos meses anteriores por infecções pelo coronavírus entre trabalhadores.
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As importações em julho ultrapassaram as 400 mil toneladas de junho, que haviam sido até então as mais elevadas no ano.
A China pediu a unidades no exterior desde junho que parassem embarques se tivessem casos de coronavírus entre trabalhadores, mesmo com especialistas afirmando que não há evidência de que o vírus possa ser transmitido através de alimentos.
No começo do mês, uma carga de carne de frango do Brasil testou positivo para coronavírus. A suspeita é de que o vírus tenha sido encontrado na embalagem. Autoridades dos dois países investigam as causas. Diante da notícia, as Filipinas embargaram as importações de frigoríficos brasileiros.
O governo chinês também passou a fazer testes de coronavírus em contêineres de alimentos congelados, o que tornou mais lenta a liberação das mercadorias nos portos.
Entre janeiro e julho, as importações de carne suína atingiram 2,56 milhões de toneladas, contra pouco mais de 1 milhão no ano anterior.
As importações de carne bovina em julho somaram 210 mil toneladas, segundo dados da alfândega, com embarques dos sete primeiros meses atingindo 1,2 milhão de toneladas.
Fonte: “G1”, 24/8/2020
Foto: Clayton de Souza / O Estado de São Paulo