A valorização do dólar diante do real e a retração do mercado interno impulsionaram as exportações e reduziram as importações da indústria de transformação brasileira. A conclusão é da publicação Coeficientes de Abertura Comercial do primeiro semestre de 2016, divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme a publicação, nos últimos 12 meses encerrados em maio deste ano, o Coeficiente de Exportação, indicador que mostra a participação das vendas externas no valor da produção da indústria de transformação, ficou em 15,8% a preços constantes (excluídos os efeitos de variações dos preços), maior do que os 14,2% registrados em 2015. Isso reflete o crescimento das quantidades exportadas pela indústria de transformação, conforme a CNI.
Por outro lado, o estudo mostra que a participação dos importados no consumo nacional caiu pelo segundo ano consecutivo. O Coeficiente de Penetração de Importações a preços constantes recuou de 17,2% em 2015 para 16,5% nos 12 meses terminados em maio deste ano. Além disso, a indústria está substituindo insumos importados por nacionais. O Coeficiente de Insumos Industriais Importados a preços constantes caiu de 24,6% em 2015 para 23,6% nos 12 meses encerrados em maio deste ano. A substituição dos insumos industriais importados por nacionais é uma estratégia da indústria para reduzir os custos de produção, pois a alta do dólar encareceu as importações.
“A forte depreciação do real em 2015 — a moeda doméstica depreciou-se 28,8% em termos reais frente ao dólar, em um contexto de desaceleração da demanda doméstica, reforçou o movimento de queda da participação de importados no consumo doméstico”, avalia a CNI.
De acordo com o estudo, o saldo entre a receita obtida pela indústria de transformação com as exportações e as despesas com a importação de insumos industriais, ambos medidos em relação ao valor da produção, está aumentando. O Coeficiente de Exportações Líquidas a preços correntes (sem descontar o efeito das variações de preços) aumentou de 4,1% em 2015 para 6,6% nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2016.
“O saldo positivo significa que a receita com exportações da indústria de transformação supera o gasto com insumos industriais importados. Esse resultado reflete a reação das exportações, estimuladas pela taxa de câmbio competitiva, em um contexto de desaceleração do mercado interno, e o desestímulo às importações”, analisa a CNI.
A partir desta edição, o estudo realizado em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) deixa de ser trimestral e passa a ser semestral e agrega os indicadores a preços constantes, que excluem o efeito de variações nos preços e na taxa de câmbio sobre a evolução dos coeficientes. A metodologia também mudou para aperfeiçoar o cálculo dos coeficientes.
Fonte: “O Globo”.
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