O Brasil passa por um apagão político, social, econômico e de infraestrutura, com um valor futuro alto a ser pago pelos indivíduos, que não vem observando na sua totalidade, os rumos da nação.
A pane no sistema elétrico nacional, ocorrido no último dia 10/11/2009 elucidou as falhas no processo democrático nacional. Evidencia-se uma classe política que tenta a todo o momento ludibriar a população, com gestos não adequados para a nobre função e na busca desenfreada pelo favorecimento partidário. Por que não buscar esclarecer os fatos de forma ética e sem rodeios? Bastaria seguir o modelo americano, com as causas sendo apontadas de forma lúcida, em benefício da população, em detrimentos a clientelismos.
Justificar o problema do sistema elétrico nacional com raios e trovoadas esconde problemas maiores. O primeiro absurdo é a ocorrência de grande parte do país sem energia, gerando custos abusivos para a sociedade. Outro sério problema é a execução do orçamento federal, com apenas 38% das verbas destinadas aos investimentos em energia. Logo, estaria o sistema elétrico nacional sendo sucateado? Finalmente, o início de uma disputa política entre a gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, com o modelo Lula é o escracho total.
A geração de energia no Brasil é centralizada no modelo hidroelétrico, com a dependência da vazão dos rios, o que em tese, não é um problema, mas um benefício ambiental. A complexidade está na possibilidade de escassez de chuvas e na sua distribuição. Logo, por que não investir em um sistema ainda mais confiável e descentralizado por região, com a adoção verdadeira de usinas termelétricas. Outro ponto fundamental é repensar na alocação política de cargos estratégicos, como o Ministério de Minas e Energia, hoje dirigido por um advogado e não um engenheiro eletricista, ou técnicos com formações a fim.
Da mesma forma que o sistema energético nacional demonstra fragilidades, deve ser reavaliada a questão da infraestrutura nacional como um todo, englobando as estradas, portos, ferrovias, aeroportos, telefonia e saneamento básico. Muito se discute sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), outrora Avança Brasil, com baixa destinação de recursos. Será que o início das obras serão executas somente no ano que vem, ou seja, período eleitoral?
Logo, deve-se investir em informação e educação, o maior de todos os apagões nacionais, para eliminar as anomalias de um sistema político e de investimentos públicos em infraestrutura, que vem causando retrocessos ao avanço econômico e social.
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