A inovação é o tema da moda no Brasil, mas pouco vem sendo discutido sobre a sua real importância para o desenvolvimento econômico e empresarial. Basicamente, o que se observa é o uso desenfreado deste termo, de forma simplificada e remetendo a princípios de melhorias de gestão ou para a geração de novas ideias.
Um bom livro, para aqueles que desejam compreender os princípios da inovação seria “O profeta da inovação”, escrito por Thomas McCraw (2012), em que a vida de Joseph Schumpeter é descrita com riqueza de detalhes. Pensar em empresas como Boeing, GE, Coca-Cola, IBM, Statoil, 3M, Embraer, Embrapa, Petrobras entre tantas outras, não seria possível sem os ideais deste professor universitário de economia.
Para Schumpeter, a destruição das empresas é uma condição do mercado, desde que as políticas de precificação e geração de valor para a sua cadeia produtiva não sejam bem estabelecidos. Estas seriam as condições básicas que movem o capitalismo.
A sua vida foi intensa e digna de mudanças radicais: de um jovem professor universitário, para um ministro de finanças até banqueiro, mas sempre pensando estrategicamente nas condições de mercado, na sua sobrevivência e em ideias empreendedoras.
Fazendo um vis a vis ao criador da inovação, não basta ter uma boa ideia, para considerar uma empresa inovadora. É preciso ter gestão e a adoção de metodologias apropriadas para alcançar resultados financeiros satisfatórios. Basicamente, para muitos pesquisadores, inovação pode ser compreendida como a adoção de políticas públicas e incentivos fiscais para o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Através destes recursos seria possível o descobrimento de novas tecnologias.
No entanto, estudos internacionais recentes vem demonstrando que não basta o incentivo fiscal para novas práticas de P&D. É necessário a adoção de práticas de gestão de projetos para inovação, tangibilizando pesquisas em cronogramas de implementação, com indicadores de acompanhamento, retorno financeiro e inserção de novos produtos ou serviços em portfólios futuros.
No caso brasileiro, apesar dos inúmeros programas de governo para o estimulo a inovação, ainda tem-se um baixo número de registros de patentes, estando uma única empresa americana, nas frente do país. Para esta empresa, pensar em inovação significa ter indicadores claros de acompanhamento, perante o investimento realizado, mas antes de tudo, ter gente altamente treinada e comprometida para o desenvolvimento de novos modelos de negócio.
Para uma país com pretensões ao cargo de nação desenvolvida, pensar em inovação deveria ser um diferencial estratégico, desde que houvesse um planejamento meticulosamente pensado, envolvendo as instituições públicas, privadas, investimentos, envolvimento de gente capacitada e uma nova cultura para riscos, mas fundamentalmente, técnicas apropriadas de gestão. Do contrário, assistiremos ao mesmo filme vivido pela setor de infraestrutura, em que investimentos foram anunciados com pompa, mas sem o devido planejamento, gestão e visão de longo prazo.
Para ser inovador, há que ser empreendedor, como o próprio Schumpeter, buscando mudanças radicais, mas sempre pensando nas constantes variações de humor do mercado, dos seus concorrentes e na adoção das técnicas adequadas de gestão.
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