Atores políticos passaram a criticar a política de juros determinada segundo os ditames normativos da autonomia do Banco Central. Essa onda de discussões, que tem como alvo primário o presidente do banco, Roberto Campos Neto, levará, inexoravelmente, à alta na taxa de juros, já que aumenta a instabilidade e insegurança do marco institucional brasileiro, frustrando expectativas de progresso econômico e social.
A Democracia é a vontade da maioria que respeita a dignidade das minorias, sempre com finalidades de concretizar os Direitos Humanos. Esses podem ser resumidos no conceito de igualdade efetiva de oportunidades, em que cada indivíduo, de acordo com suas capacidades inatas, possui as condições de desenvolvê-las de acordo com seus desígnios. Ora, a autonomia do Banco Central, na medida em que retira a política monetária da volatilidade representada pelo jogo de interesses políticos, representa efetivos ganhos de Inclusão Social, de concretização de Direitos Humanos e de Democracia.
É que ela é condição necessária para a execução de políticas inclusivas que reduzam as desigualdades sociais e permitam a livre emancipação individual, na medida em que representa um importante e democrático marco em favor da estabilidade e da segurança jurídico-institucional, possibilitando a redução paulatina e real da taxa de juros, viabilizadora de maior atividade econômica que gera recursos necessários à irrigação das importantes políticas públicas inclusivas.
Quando políticos colocam em dúvida a autonomia do Banco Central eles produzem efeitos concretos e antidemocráticos, já que ao aumentar a instabilidade e a insegurança institucional elevam a taxa de juros, inviabilizando as políticas públicas que deveriam ser inclusivas e emancipatórias.
Claro que pode se tratar de truque retórico de prestidigitação: enquanto alimenta teses diversivas desvia-se o foco dos debates públicos, escondendo-se os reais interesses de, por exemplo, desfigurar a lei das estatais e deformar privatizações e reformas. Esse caso, se confirmado, seria ainda pior: já que as palavras do Poder têm efeitos concretos, em nome de interesses políticos escusos, eles estariam aumentando as barreiras, a exclusão social e a precarização dos Direitos Humanos.
Em suma, essa retórica, ao enfraquecer as instituições nacionais em favor de interesses pouco republicanos, força os juros permanecerem em patamares elevados, aprofundando a exclusão social e a desigualdade de oportunidades.
A verdade é que só com juros baixos pode se dar a inclusão social, condição necessária à concretização dos Direitos Humanos.
Para isso, ao invés de uma verborragia contraproducente e populista, é necessário o aprofundamento do reformismo que melhore o quadro institucional brasileiro, tornando-o mais eficiente, estável e seguro, permitindo o trabalho e o empreendedorismo emancipatórios, que impulsionarão o desenvolvimento nacional e a construção de estruturas sociais inclusivas e Justas!
Esse caminho, entretanto, exige uma postura ativa de cada cidadão que, com crítica atenta e fiscalização criteriosa, deve fazer uma oposição política inteligente e consciente, em que o fígado e os preconceitos ideológicos cedam lugar ao cérebro e ao pragmatismo político.