A principal conclusão a que chegaram os debatedores do seminário que discute cotas raciais em São Paulo é que o racismo ainda persiste no país, embora tenha se atenuado nos últimos anos. A questão das das cotas raciais, no entanto, é polêmica.
Articulista do Instituto Millenium, a procuradora de Justiça, Roberta Kaufmann, propõe cotas sociais para as faixas de mais baixa renda no lugar das raciais: “Acho que o modelo para a integração dos negros é o modelo das cotas sociais porque 73% dos pobres no Brasil são negros, com isso nós vamos integrar aqueles que verdadeiramente precisam da ajuda estatal sem corrermos os riscos da racialização do país”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu as cotas, com ressalva: “Sou a favor, acho que temos que discutir a maneira de aplicar essas cotas porque não é aceitável tribunais raciais. Quem é que vai saber se esse é branco, esse é mulato. No Brasil isso não cabe. Nos Estados Unidos é pelo sangue. Aqui não é. Pela aparência, aparência é tão variável. Então precisa tomar cuidado”.
As cotas raciais estão sendo aplicadas em cerca de 70 universidades brasileiras, que usam critérios diferentes para identificar quem se enquadra ou não como beneficiário. Não é uma ação unificada. Para a ministra da secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Barros, as cotas são um instrumento de política pública bastante poderoso, para produzir inclusão em alguns espaços, isso foi provado com a questão do acesso ao ensino superior.
Fonte: O Globo.
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