O uso da Inteligência Artificial (IA) tem se tornado cada vez mais comum no nosso dia a dia das mais diversas formas, seja para fazer o login em uma rede social através do reconhecimento facial, para empresas otimizarem o atendimento, ou até mesmo para o funcionamento de carros autônomos. No entanto, embora a IA se apresente eficiente, a tecnologia tem avançado para uma nova versão: a Inteligência Artificial humanizada.
O cientista de dados Wagner Vargas explica que não se trata de algo exatamente novo, pois a percepção da necessidade de humanizar a Inteligência Artificial já vem desde a década de 50, mas a evolução tecnológica dos últimos anos tem permitido realizar grandes melhorias. Ouça o podcast!
“O que acontece agora é que com a capacidade computacional ampliada e com a quantidade de dados disponíveis por um custo mais acessível, é possível resolver desafios que anteriormente eram inimagináveis. Um exemplo interessante é a operação do Google Tradutor, que de uns tempos para cá, graças a um trabalho de ‘machine learning’ (aprendizado de máquina) já não tem feito traduções literais, mas sim baseadas em expressões”, exemplificou.
Um dos principais diferenciais da IA humanizada em relação à Inteligência Artificial é o fato de apresentar um nível tão complexo e avançado que chega a desempenhar algumas tarefas de forma parecida com um ser humano. “Podemos ver os chats de atendimento com a Camila, da Amazon, ou a Bia, do Bradesco, que conseguem interagir com o usuário como se fossem pessoas. É até possível confundir”, afirmou.
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Quanto mais o aprendizado acerca do assunto vai se aprofundando, mais os desenvolvedores focam no objetivo de fazer com que tarefas desempenhadas por humanos sejam substituídas pela Inteligência Artificial, com mais foco e precisão.
A IA humanizada pode ser aplicada nos mais diversos setores, e costumam ser a solução para quem busca aumentar a produtividade por meio da automatização de funções.
“Hoje temos pessoas utilizando Inteligência Artificial e algoritmos em inúmeras áreas. Na saúde, por exemplo, é possível antecipar problemas no parto. No e-commerce, é possível entregar serviços mais personalizados. Vai desde políticas públicas até a área comercial, ou até mesmo a de segurança, para reconhecer padrões de imagem. As possibilidades são infinitas”, explicou.
A complexidade da IA humanizada é tão grande que até profissionais experientes em análises de dados estão encontrando novos desafios. “Nem sempre as decisões tomadas por um algoritmo são facilmente interpretadas. Isso é natural, o ser humano também toma decisões que nem sempre podem ser explicadas. É interessante porque isso tudo traz uma série de padrões que ajudam a abraçar diferentes áreas e setores”, esclareceu.
O mercado tende a ganhar com as transformações e novas possibilidades propostas pela Inteligência Artificial humanizada. Wagner aponta que a expansão da tecnologia vai trazer uma nova perspectiva de mercado, exigindo profissionais mais especializados, com outros tipos de qualificações e perfis.
+O setor privado não é o vilão
“Vejo isso como aumento da produtividade. É um ganho em geral, pois os seres humanos poderão focar mais em atividades voltadas para o planejamento, já que o algoritmo não cria nada do zero. São inúmeras transformações, e essas mudanças tecnológicas tendem a se tornar transformações sociais. É possível expandir e, em termos de recursos, é possível conseguir custos mais baixos. E isso, em termos de oportunidades e inclusão social, pode ter um impacto interessante também”.
O desenvolvimento da sociedade e do mercado tende a crescer muito com os avanços tecnológicos, principalmente em relação ao acúmulo de capital e à redução da pobreza. O cenário econômico do país também pode ser diretamente impactado e, com isso, as chances de progresso podem aumentar consideravelmente.