Segundo especialistas, moeda fraca e cultura de “inovação reativa” podem ser causa de queda em gastos com projeto e desenvolvimento no Brasil
A desvalorização do Real e a tradicional forma reativa de se investir em inovação no Brasil podem ser as causas de o país ter perdido posições no ranking das empresas que mais gastam com projeto e desenvolvimento no mundo, segundo especialistas.
Conforme um estudo divulgado na última semana pela Booz & Company, enquanto os gastos com projeto e desenvolvimento (P&D) entre 2012 e 2013 atingiram um volume recorde no mundo todo – um total de 638 bilhões de dólares – no Brasil, na contramão, a parcela investida caiu 18,3% no mesmo mesmo período – de 3,7 para 3 bilhões de dólares.
“De certa forma, essa queda está ligada a uma questão de métrica. O estudo é feito em dólar e, como o real está desvalorizado, o investimento feito no Brasil apresenta um número menor na moeda estrangeira. Em reais, os valores gastos caíram 4,8%, mas em dólares 18,3%”, explica Fernando Fernandes, sócio da Booz & Company. “Talvez [a queda] seja um reflexo da crise de 2008. Enquanto o resto do mundo já retomou seus investimentos, nós estamos sofrendo um efeito tardio, ainda que em menor grau que outros países”, completa.
O estudo da Booz & Company é realizado anualmente e lista as mil companhias de capital aberto que mais investem em P&D. Nesta edição, o Brasil perdeu uma posição: a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que estava no ranking desde 2011, não foi incluída. As brasileiras presentes são Vale, Petrobras, Gerdau, Totvs, CPFL e Embraer. Veja a tabela:
Para o coordenador do núcleo de inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, um dos motivos de as empresas brasileiras investirem menos em projeto e desenvolvimento é a cultura de inovar apenas para sustentar a capacidade competitiva. “É o que eu chamo de ‘inovação de retrovisor’, que olha para o passado e acontece em resposta a uma exigência de mercado ou entrada de um novo competidor”, diz o professor. “Por isso, o investimento em P&D, que geralmente está associado ao futuro (desenvolvimento de novas tecnologias, novos equipamentos e de nacionalização de algum produto) é menor”, completa.
Segundo o professor, essa tendência é confirmada pela pesquisa Sondagem de Inovação realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) a cada três meses, junto a 300 empresas. No levantamento feito no primeiro trimestre deste ano, por exemplo, 66,4% das empresas disseram que a busca por maior participação no mercado era um fator de alta importância na hora de decidir sobre investir em inovação.
Para Fernando Fernandes, o problema também está relacionado à “qualificação da economia brasileira”. “Aqui, as empresas ainda estão mais preocupadas em dar conta de atender as demandas mais básicas, relacionadas à infraestrutura e ocupação do mercado, do que em investir em sofisticação. Temos grandes redes de varejo, por exemplo, mas companhias desse setor investem em abrir novas lojas, não em inovação”.
As que mais investem
No topo do ranking da empresas que mais investem está a Volksvagen, seguida de gigantes como Samsung, Roche Holding, Intel e Microsoft. Veja os números:
Fonte: Exame
Acho que este professor está na mesma faixa do Haddad: fora da realidade. Para investir em projetos e inovações é preciso ter dinheiro, muito dinheiro. E dinheiro que não faça falta para as despesas correntes dos negócios. Aí a pergunta que se poderia fazer é: como contar com este dinheiro “extra” se o governo com sua mão grande de tributador desmedido raspa até o fundo do tacho para gastar distribuindo com os “amigos” do poder, incluindo-se aí os “sem qualquer coisa” que lhes servem de convenientes eleitores de suas causas?
As consequências das politicas de dilapidação do capital através da tributação é a diminuição do seu montante que não só afeta o P&D, mas também a massa salarial com prejuízo para aumento real do salario, o emprego de mais trabalhadores e tudo o mais. Tenho a impressão que este professor não é professor não.