O Brasil cresceu acima de 5% no ano passado, fruto das demandas internas do país, envolvendo a construção civil, setores de mineração, petróleo, varejista e transportes. No entanto, países em desenvolvimento como a China, Coréia do Sul e México, vem crescendo a taxas superiores, fruto de decisões passadas por um planejamento estratégico para a área de logística.
Analisando o passado recente do Brasil, percebe-se uma grande instabilidade econômica, após períodos inflacionários e de elevados gastos governamentais, somado a baixa priorização para a melhoria das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Após a estabilização da moeda, a percepção de que o crescimento de longo prazo é uma função direta da poupança interna (como o exemplo chinês, com 40% de poupança pública em 2010) e para o saldo da balança comercial, além de fatores como emprego, renda e baixa inflação, trouxeram uma preocupação: como escoar toda a capacidade de produção?
Neste caso, a resposta está diretamente relacionada à logística. Dados do Banco Mundial e de diversos institutos de pesquisa brasileiros indicam que o investimento em infraestrutura é irrelevante, algo em torno a 2% do PIB, enquanto os Estados Unidos e China vêm investindo a taxas superiores e priorizando uma visão de longo prazo.
Propostas como o Programa Avança Brasil (do então presidente Fernando Henrique Cardoso) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma nova versão do Programa Avança Brasil, pelo ex-presidente Lula, não demonstraram a devida capacidade de melhorar as condições de transportes. Logo, qual seria a solução?
Uma das grandes propostas em andamento pelo governo Dilma, dada a urgência para a realização da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, vem a ser a participação privada neste segmento, com o modelo de privatizações, algo tão criticado no passado e proposto pelo governo petista atualmente.
Observa-se o amplo interesse de bancos de investimentos e seus fundos destinados, para a criação de planos diretores e estratégicos, com visão de longo prazo e benefícios para toda a sociedade, com direcionamento para os modais de transportes e até mesmo para melhorias nos terminais portuários e de cargas aéreas. Esta poderia ser uma excelente solução, desde que lastreadas por regras claras pelo governo e que as empresas cumpram metas previamente estabelecidas, estimulando a competição e preços adequados.
Para um país com pretensões desenvolvimentistas, não basta o equilíbrio das contas públicas, inflação e câmbio, mas o devido direcionamento e investimentos em logística, uma área do conhecimento essencial para o planejamento, implementação e controle de custos, eficiência, transportes e atendimento as demandas consumidoras, sendo muito mais estratégica e decisiva, ao contrário daqueles que ainda acreditam que esta seja uma área operacional.
No Comment! Be the first one.