Nove anos e oito meses. Foi a pena estipulada pela Justiça Federal de Minas Gerais para o empresário Marcos Valério, pivô do escândalo do mensalão. Valério e seus ex-sócios na agência de propagandas SMP&B, Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollberbach Cardoso, foram condenados pelos crimes de sonegação tributária e falsificação de documento público.
João Antônio Wiegerinck, especialista do Instituto Millenium, acredita que, no caso da condenação de Valério, “o trabalho da Justiça ficou pela metade”.
Para Wiegerinck, o judiciário pecou por não ter “assumido” publicamente que os crimes do empresário “foram praticados para a manutenção de um esquema de corrupção”.
Só em 2007, a sonegação foi calculada em R$ 90 milhões. O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que os acusados usaram “diversas condutas fraudulentas” para sonegar tributos entre 2003 e 2004. O MPF explicou que a contabilidade da SMP&B registrou “vultosos recursos”, quase todos lançados como empréstimos para o Partido dos Trabalhadores (PT), de forma incorreta.
No ano passado, Valério foi condenado a seis anos e dois meses por crimes contra o sistema financeiro, mas recorreu da sentença em liberdade. Assim como em 2011, o empresário terá o direito de recorrer a nova sentença em liberdade.
Em maio, Valério voltará ao banco dos réus, nessa ocasião ele será julgado pelo envolvimento no mensalão. Wiegerinck criticou a dissolução dos julgamentos do empresário. “Condena-se agora por algumas coisas menores, criando a impressão de punibilidade. Mas, ficamos sem saber o que vai ser feito no julgamento do mensalão.”
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