A judicialização da atividade jornalística foi um dos temas abordados no V Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, realizado nesta terça-feira, 7, em Brasília. No painel “Censuras Judiciais e a Liberdade de Imprensa na cobertura política”, mediado pelo diretor de Comunicação e Relações Públicas da Abert, Théo Rochefort, experientes jornalistas contaram suas experiências profissionais e casos de “censura” judicial.
A repórter do jornal Folha de São Paulo, Cátia Seabra, citou um estudo da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que registra mais de 60 decisões judiciais embargando a publicação de matérias desde 2008. Para Cátia, este é o momento oportuno para a discussão da liberdade de imprensa no país. “Há alguns movimentos sociais e partidos políticos que querem controlar a mídia, vejo com preocupação essa busca por mais controle, isso seria uma derrota para a sociedade”, disse.
O repórter da TV Bandeirantes, Fábio Pannunzio, falou sobre a experiência de ter sido alvo de ações judiciais durante os quatro anos em que manteve um blog na internet. Segundo ele, foram diversos processos, mais de R$ 120 mil gastos com honorários de advogados, e o blog censurado pela justiça diversas vezes. “O que aconteceu comigo é uma ameaça institucional, perdi o direito de externar minha opinião. Por tudo isso fechei o meu blog”, disse Pannunzio.
O jornalista salientou que a imprensa brasileira é madura e cumpre o seu papel de informar corretamente a sociedade, e que as tentativas de cerceamento devem ser combatidas de “forma feroz”. “Querer regular é querer calar a imprensa e tirar dos jornalistas o papel de mostrar a verdade. Não podemos deixar que isso ocorra,” disse.
O jornalista e professor da Universidade Católica de Brasília, Hugo Studart, foi mais duro em relação a alguns grupos que querem controlar a mídia. “O objetivo dessas pessoas é amordaçar a imprensa e também diminuir o papel do Ministério Público, que lutam para um país mais correto e menos corrupto”, opinou.
O evento é realizado pelo Portal Imprensa com o apoio da ABERT, da ANJ e da ANER.
Fonte: Abert
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