Na comparação entre seis capitais, a diferença no índice de inserção das pessoas de 18 a 30 anos no mundo corporativo é grande. Em São Paulo, 82% trabalham; em Curitiba e Florianópolis, taxa é de 33%
A graduação é um requisito importante no currículo na hora de entrar no mercado de trabalho. Mas, para os jovens, ela não atende a formação que eles esperam para começar a vida profissional. É o que revelou a pesquisa Radar Jovem, realizada com mais de 2 mil entrevistados, entre 18 e 30 anos, em seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba e Goiânia.
No levantamento organizado pela agência B2, especializada no público alvo do estudo, 70% dos jovens disseram não se sentir preparados para enfrentar o mundo corporativo. Eles acham que não estão prontos do ponto de vista técnico por culpa das faculdades, que não oferecem disciplinas com conhecimentos práticos e próximos do dia a dia de uma empresa. A reclamação se repete em relação a empreendedorismo. “O jovem quer criar seu próprio negócio, mas não sabe por onde começar. Mais uma vez, responsabiliza a universidade”, diz Ricardo Buckup, sócio-fundador da B2.
A pesquisa também detectou grande diferença na inserção dos participantes no mercado de trabalho. São Paulo conta com a maior quantidade de jovens inseridos no cotidiano profissional – 82%. No Rio de Janeiro, o número fica em 70%. Em Goiânia e em Belo Horizonte, 51,5% e 51,74%, respectivamente, afirmaram estar empregados. Em Curitiba e Florianópolis, o índice cai para 33,11%.
“O resultado surpreendeu. Não esperávamos realidades tão distantes para o início de carreira dos brasileiros”, diz Buckup. “Sem dúvida, São Paulo tem mais empresas. Logo, maior disponibilidade de vagas. Mas a competição também é proporcional.”
Entre as empresas em que sonham trabalhar, Petrobras, Google, Apple e Ambev estão no topo da lista dos universitários. Questionados sobre os valores que uma companhia deve apresentar, ética, oportunidade de crescimento/aprendizado, bom salário e qualidade de vida são os mais citados com 52%, 41%, 40% e 30%, respectivamente.
Se a empresa não indica também um plano de carreira imediato, eles não esperam. Apenas 30% permanecem no emprego por mais de um ano. “Por serem inquietos e donos da percepção de que o tempo é veloz, essa geração provoca nas corporações e nas pessoas de outras faixas etárias um ritmo diferente de atuação”, diz o especialista. A compra da casa própria e a conclusão de cursos de especialização e MBA são os principais objetivos a médio prazo (até três anos) para 56% dos jovens.
Fonte: revista “Época”
Como deveria ser o comportamento dos jovens há duas décadas atrás. Quanto a busca e ao sentimento de seu preparo para com seu futuro profissional?