O jornal “O Estado de S. Paulo” criticou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em definir a constitucionalidade das cotas raciais para negros e pardos em universidades públicas do país. O editorial “Justiça com lentes coloridas” afirma que a decisão “é obviamente discriminatória e converte a raça em critério de ação governamental”. Segundo o texto, publicado da edição do último sábado, 28 de abril, “para os juízes, a desigualdade mais importante é a racial, não a econômica, embora eles mal distingam uma da outra”.
O artigo questionou os argumentos defendidos pelos ministros do STF bem como a questão discriminatória da decisão: “Talvez haja bons argumentos a favor da discriminação politicamente correta defendida pelos juízes do STF, mas nenhum desses foi apresentado. Brancos pobres também têm dificuldade de acesso à universidade, mas seu problema foi menosprezado”.
Para o veículo, as cotas institucionalizam a discriminação racial, pois danam uma parcela da população: “Se um negro ou pardo com nota insuficiente é considerado capaz de cursar com proveito uma escola superior, a mesma hipótese deveria valer para qualquer outro estudante. Mas não vale. Talvez esse branco pobre também deva pagar pelos “danos pretéritos perpetrados por nossos antepassados”. Justíssimo?”
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