A lavagem de dinheiro movimenta algo em torno de R$ 6 bilhões todos os anos no Brasil. Segundo o diretor de Cidadania do Banco Central, Isaac Sidney Ferreira, há projeções diferentes de órgãos internacionais. A mais pessimista é que o disfarce de capital representa 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB, todos os bens e serviços produzidos em um ano), o que daria cerca de R$ 15 bilhões. As informações foram dadas num evento contra a corrupção, realizado nesta quinta-feira no BC.
Segundo ele, no mundo, a lavagem de dinheiro movimenta cerca de US$ 1 trilhão anualmente. Algo em torno de 2% a 5% do PIB mundial é lavado. Ele usou dados do Gafi, o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo e de especialistas na área.
Ferreira ressaltou as consequências econômicas da lavagem de dinheiro: prejuízo ao setor privado (de imagem e concorrência); à integridade dos mercados financeiros (insegurança jurídica e imagem); perda do controle da política econômica (economias menores) e instabilidade (distorções econômicas e volatilidade).
O diretor ainda falou sobre os riscos para o crédito. Sem citar diretamente a Operação Lava-Jato, Isaac Sidney Ferreira afirmou que a lavagem de dinheiro desvaloriza os contratos de crédito por causa da deterioração da nota do tomador e redução de ganhos.
— Se as instituições financeiras percebem que há elevação do risco do tomador, a decisão é simples: não conceder o crédito ou elevar os prêmios de risco.
Fonte: “O Globo”.
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