Com a Operação Lava Jato cada vez mais espalhada pelo governo federal, muito se pensa em faxina “ética” nos ministérios e órgãos vinculados. A limpeza da corrupção no governo federal tem um preço inestimável, porém, a faxina literal, para manter os órgãos públicos limpos, também não sai barata.
A União (Executivo, Legislativo e Judiciário) gastou R$ 2,6 bilhões com serviços e materiais de limpeza e conservação no ano passado. O montante equivale ao pagamento de salário mínimo em 2015 (R$ 788,00) de quase 3,3 milhões de empregados domésticos.
O montante desembolsado em 2015 foi R$ 133 milhões – ou 5% – menor do que os R$ 2,5 bilhões pagos em 2014. A maior parcela dos recursos foi destinada à contratação de empresas especializadas no setor: R$ 2,5 bilhões. Já a compra de materiais para limpeza e produtos de higienização somou R$ 104,5 milhões.
O principal responsável pelos gastos com limpeza a nível federal é o Ministério da Educação (MEC). Ao todo, os espaços sob gerência da Pasta custaram R$ 898,4 milhões com essa natureza de dispêndios em 2015. O ministério é responsável pela limpeza de 697 unidades gestoras.
Os gastos da Pasta incluem, por exemplo, a Fundação Universidade de Brasília (R$ 39,4 milhões) e a Universidade Federal de Rio de Janeiro (R$ 29,9 milhões). As unidades executoras do MEC abarcam desde universidades a institutos federais, centros culturais e complexos hospitalares pelo país.
O Ministério da Defesa (MD), por sua vez, foi o responsável por gastos de R$ 346 milhões no ano passado. A Pasta tem uma quantidade ainda mais significativa de unidades gestoras sob comando: 992.
O Grupamento de Apoio da Saúde do órgão é o que mais gasta dentre as unidades, R$ 14 milhões. O Hospital das Forças Armadas (HFA), localizado em Brasília-DF, apresentou gastos de R$ 13,8 milhões com materiais de limpeza neste ano.
Os gastos do ministério incluem os comandos militares e os distritos navais. Os valores destinados para materiais de limpeza e conservação da Defesa, para além das estruturas em terra, também são utilizados para higienização das embarcações da Marinha.
O ranking fica completo com os ministérios da Saúde, da Fazenda e da Previdência Social. As Pastas destinaram R$ 220,3 milhões, R$ 127,9 milhões e R$ 122,8 milhões, respectivamente para serviços e materiais de limpeza e conservação.
Legislativo
O Congresso Nacional também desembolsa recursos para limpeza das galerias, dos gabinetes e até mesmo dos apartamentos funcionais das Casas. O Senado Federal destinou R$ 22,6 milhões para limpeza e conservação das suas dependências. Já a Câmara dos Deputados destinou R$ 40,5 milhões para esse tipo de despesa.
Judiciário
Juntos, os órgãos do Judiciário desembolsaram R$ 330,7 milhões para deixar suas unidades limpas e higienizadas. A Justiça Federal é a que mais paga esse tipo de serviço. Cerca de R$ 122,8 milhões foram destinados para as despesas. O valor inclui os gastos de unidades gestoras, como Tribunais Regionais Federais e Justiças Federais de Primeiro Grau em quase todos os estados.
Dentre as Cortes Superiores, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) é o mais “limpo”: R$ 16,5 milhões foram pagos em 2015. O Tribunal Superior eleitoral desembolsou R$ 6,5 milhões para os serviços. O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior do Trabalho tiveram dispêndios de R$ 4,8 milhões e R$ 6,1 milhões, respectivamente. O Superior Tribunal de Justiça pagou R$ 663,2 mil para as despesas.
Fonte: Contas Abertas.
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