“Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”; eis a afirmação pública da senadora da República pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, também ocupante da Presidência do Partido dos Trabalhadores (PT). Sobre este discurso da parlamentar petista – especificamente –, discorrer-se- á adiante.
As próximas palavras foram decupadas da fala pública de Lula, proferida sob o testemunho do ex-presidente do PT, Rui Falcão, do líder nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e da presidente da União Nacional dos estudantes (UNE), Carina Vitral; eis a fala: “Jesus Cristo sofreu mais do que nós, Tiradentes foi crucificado e somente depois de mais de cem anos é que ele foi transformado em herói”. A meditação sobre as especificidades de cada uma das palavras proferidas, entre as últimas aspas, por Lula, será feita após a análise do que disse a sua companheira Gleisi. Tudo isso mais adiante. Agora é hora de explicar o raciocínio que aqui se faz.
Percebam os leitores que este artigo já teve dois parágrafos: no parágrafo um, Gleisi; no parágrafo dois, Lula. Este aqui é o terceiro parágrafo, e nele se encontra o ponto fulcral de todo texto, qual seja: o de amalgamar os dois parágrafos anteriores para justificar o título que se dá ao artigo jornalístico que ora se lê: Lula Golias versus Moro Davi. Também sob “inspiração divina”, o que aqui se escreve decorre da Primeira Leitura da Santa Missa de 17 de janeiro de 2018 (1 Samuel 17, 32-33.37.40- 51). Neste trecho do Antigo Testamento, o leitor se depara com o grandíssimo Golias, pelos filisteus, desafiando o pequenino Davi, por Israel, o povo de Deus guiado pela Sacra Lei de Moisés (a Torá, interpretada, respeitada e defendida pelo próprio Jesus, em Mateus 5:17-18). Golias, a partir do seu tamanho colossal, crê-se invencível por aquele mísero representante hebreu. O resultado do confronto não foi nada agradável para os partidários de Golias e causou surpresa aos olhos até dos israelenses, uma vez que nem o rei Saul acreditava na possibilidade de Davi (Israel) vencer Golias (Filisteia ou Filístia, em hebraico transliterado, Pleshet). Pois bem: Samuel, inspirado pelo Espírito Santo, informa que com uma estilingada no meio de sua testa, Davi derrubou Golias, que agonizou; Davi, que não carregava espada, nem lança, nem escudo – mas só as pedras em seu alforje –, segundos após derrubar Golias, tomou a espada do poderoso adversário e lhe cortou a cabeça. E Golias era grande… E Davi era pequeno… Entretanto, o critério de julgamento de grandeza do primeiro foi lançado à terra pela pequenez do segundo (grandeza e pequenez, segundo a cabeça coletiva dos filisteus de ego inflado). Para os filisteus, o grande e invencível Golias podia zombar do humilde povo de Deus, cujo representante não passava de um pequeno jovem. Se era assim, então Golias era grande só no seu imaginário e na empáfia do discurso criado pelo seu povo idólatra. Do outro lado, para enfrentar a propalada excelência de Pleshet, apresentou-se a fé de alguém sem artefatos tradicionais de guerra. Logo, pelo relato de Samuel – e por conta do que ensina a história dos homens e da espiritualidade –, a paz venceu a guerra; o pequeno venceu o grande, aquele grande que imaginava jamais poder ser enfrentado pelo nanico, e, por isso, aquele confronto era inacreditável e inaceitável para aqueles idólatras ao final derrotados. Em resumo, a interpretação final do relato bíblico é esta: Deus (a Lei do povo de Deus) venceu o Diabo (o ego e a idolatria).
Lula se iguala a Cristo; então, pela lógica bíblica, Lula pensa ser o Deus encarnado da pós-modernidade. Mas parece ser um deus cheio de falhas, pois até Jesus, que é Deus, submeteu-se humildemente ao julgamento pelo Sinédrio, à decisão acovardada de Pilatos e à execução repugnante pelos romanos. Nas palavras de Lula, constantes no parágrafo dois deste artigo, além de se perceberem claros sinais de esquizofrenia (o eu de Lula se confunde com o Dele, de Jesus: então, coisa de esquizofrênico!), nota-se total falta de conhecimento histórico sobre uma ocorrência capital para a história brasileira, a Inconfidência Mineira e a execução, na forca (e não na cruz), de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que não é herói – a exemplo da idolatria norte-americana do superman –, mas foi declarado mártir da independência do Brasil. Ora, um ex-presidente da República que não conhece a história de seu próprio país – se não a conhece, ignora-a – de sorte que Lula, além de esquizofrênico, é ignorante. Pois bem, seguindo-se a lógica imposta pelos fatos e pelos discursos – e aqui vertida em linguagem –, não se pode concluir outra coisa senão de que Lula não é nem herói no modelo superman, nem mártir no modelo Tiradentes, mas, isso sim, é um réu com ego inflado que se crê imune à incidência da norma penal pátria.
A ocorrência mais grave é a fala da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, senadora da República. Ela incita os seus partidários ao crime, à matança; sugere que o Judiciário brasileiro “terá que prender muita gente”, deixando transparecer, assim, que na sua opinião e na do seu partido (o PT), outras pessoas deveriam ser presas – quais pessoas, sob quais acusações e em quais processos criminais? – e, com isso, deixa implícito que no Judiciário brasileiro se condenam anônimos e/ou inocentes, sendo indubitável que a sua infame fala tenta intimidar os desembargadores que julgarão, em Segunda Instância, o reú Luiz Inácio da Silva, condenado a nove anos e meio de prisão, em primeira instância da Justiça Federal de Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, o anão, o Davi. Tem-se aí completado o título deste texto: Lula Golias versus Moro Davi. Moro, aqui, representa o cargo que ocupa: o próprio Judiciário brasileiro; logo, quando aqui se escreve o nome de Moro, escreve-se implicitamente a palavra Judiciário, o que significa: Estado Democrático de Direito, em que todos devem se submeter à lei e à Justiça! Na análise da infeliz e criminosa fala de Gleisi, tem-se a seguinte realidade jurídica: ela pode perder o cargo de senadora da República pelo cometimento de crime de responsabilidade (senador Eunício Lopes de Oliveira, onde estão as providências?); ainda mais: ela pode ser denunciada pelo Ministério Público Federal, ao Supremo Tribunal Federal, pelo cometimento de crime comum – será mais um processo contra essa representante do Estado do Paraná e do seu bom povo (assim como Lula, Gleisi responde a outras ações penais). Destarte, se Davi é o próprio Estado Democrático de Direito em sua atuação institucional, pela Segunda Instância Judicial, Davi é a Lei e Davi é o pobre e pequeno povo brasileiro, enquanto Lula é o idólatra Golias, que se pensa gigante e imune à atuação das instituições da República Federativa do Brasil.
No processo do tríplex do Guarujá, o que pode acontecer com Lula? As respostas são as seguintes: (i) caso haja provas no processo, a sentença de primeiro grau pode ser mantida ou até majorada pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre; (ii) caso não haja provas, Lula deverá ser absolvido pela mesma Corte superior.
Lula e Gleisi, no entanto, já estão condenados, independentemente do resultado dos inúmeros processos que contra eles estão na Justiça. A condenação se dá pelo simples motivo de que falaram muito e disseram o que não lhes cabia. Por isso, de acordo com o raciocínio aqui constante, pode-se ler que Lula é Golias, aquele “gigante” filisteu que não se submete à Justiça; Moro é a Justiça, e, por isso, certa ou errada a sua sentença, o uso do seu nome nada mais significa do que o querer dizer o próprio Poder Judiciário do Brasil, agora representado pelo TRF-4, a quem cabe julgar com isenção.
Aos que vomitam palavras ímpias, Lula e Gleisi, duas frases ilustres: “O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (palavras de Jesus Cristo em Mateus 15:11). “Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo” (Ludwig Wittgenstein).
Observação: em sua parte bíblica, o presente artigo é decorrência direta da linguagem de Lula; ele não é escrito por padre nem por rabino; mas ora: as Sagradas Escrituras são públicas; deve-se, antes de propagar a Palavra, saber ler e interpretar! Lula, ignorante e esquizofrênico – pelas razões lógicas aqui dispostas –, não sabe!
estupendo! maria garcia santana
Tem jeito de condenarem mais gente do PT? Valeu Alexandre! Obrigada. Edna Soares Rimonovski