O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admite que a economia deve crescer menos que o previsto pelo governo. Em seminário nesta segunda-feira em São Paulo, o ministro exibiu uma apresentação em que estava previsto crescimento de 2,3% em 2014, enquanto no orçamento deste ano, a projeção do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) é de 2,5%. Em 2013, o Brasil teve expansão de 2,3%.
Em sua exposição, o ministro chegou a reafirmar a previsão de 2,5%, mas, depois da apresentação com os 2,3%, admitiu, em entrevista a jornalistas, que a projeção está entre 2,3% e 2,5%.
— Não é revisão. É uma previsão e previsão não é precisa. Algo como 2,3% e 2,5%. A gente vai revendo esse número à medida que tivermos números concretos — disse a jornalistas ao fim de sua apresentação.
O ministro explicou que nos relatórios oficiais o número é 2,5% e não pode “ficar mudando toda hora”.
— Então, lá (nos relatórios oficiais) está 2,5%. É algo em torno de 2,5%.
Mantega repetiu ainda que a meta da inflação — de 4,5% pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos — será cumprida neste e nos próximos anos.
Segundo ele, o Brasil está entrando em um novo ciclo de crescimento, que terá como “locomotiva o investimento”. De acordo com sua projeção, as taxas de investimentos crescerão a uma média de 7% ao ano entre 2014 e 2022.
Mantega admitiu que neste momento o Brasil sofre com mais projeções pessimistas que otimistas, e que o cenário se deve à “grande crise internacional que vivemos nos últimos cinco anos”.
— Temos mais pessimistas que otimistas, por isso afirmo que ouso dizer que, do meu ponto de vista, as perspectivas para o Brasil são boas. Claro que é uma matéria discutível — afirmou.
O ministro enfatizou a solidez da economia brasileira e rechaçou os comentários que dizem que o Brasil é frágil. Para embasar o comentário, Mantega mostrou dados das reservas em dólar, de US$ 378 bilhões, o volume de comércio (que chegou a meio trilhão de dólares, de acordo com o ministro), além do fluxo de investimentos estrangeiros diretos que o país recebe.
— O Brasil está preparado para a retomada da economia, que já está começando — afirmou, citando afirmação recente do jornal inglês “Finacial Times” de que o país saiu de “pária a queridinho do mercado”.
Fonte: O Globo
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