Michel Temer não quis morar no palácio: ‘não é aconchegante’
Quase R$ 6 milhões em 14 meses. O valor foi gasto para manter, de setembro de 2016 a novembro passado, o Palácio da Alvorada, onde o presidente Michel Temer morou por apenas uma semana, em fevereiro. Após uma reforma na residência, com custo de R$ 24.015,68, ele acabou voltando a morar no Palácio do Jaburu, onde vivia como vice-presidente, por considerá-lo menos frio e mais aconchegante. Os R$ 5,8 milhões gastos para manter o palácio vazio, valor obtido pelo “O Globo” via Lei de Acesso à Informação, dizem respeito às contas de luz e água, jardinagem — incluindo a manutenção da enorme piscina e os espelhos- d’água — e custos com a manutenção da estrutura em geral, como o conserto de infiltrações. O imóvel é usado por Temer apenas para reuniões de trabalho, normalmente almoços e jantares, com ministros e parlamentares.
Só de energia elétrica foram gastos, de setembro de 2016 a novembro do ano passado, último mês disponível para consulta, pouco mais de R$ 1 milhão e consumidos 1.740.647 de quilowatt/hora (kWh). A quantidade de energia utilizada na residência vazia daria para abastecer no mesmo período, em média, 777 residências por mês. Segundo dados da Associação das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), cada residência consome, mensalmente, cerca de 160 kWh. Em 14 meses, o consumo médio é de 2.240 kWh; cerca de 780 vezes menor do que o do Alvorada.
A reportagem levou em consideração apenas os custos a partir de setembro de 2016, já que Temer assumiu oficialmente a Presidência da República em 31 de agosto daquele ano, após o Senado afastar a então presidente Dilma Rousseff.
A despesa mais vultosa foi com jardinagem, que inclui preservar a piscina do Alvorada: R$ 3.479.344,20 no período analisado. Foram gastos ainda R$ 179.824,14 com a manutenção da estrutura do palácio; R$ 1.079.320,79 com contas de energia elétrica e R$ 1.142.809,94 com contas de água — foram consumidos cerca de 42,7 milhões de litros d’água nos 14 meses. Com o início do racionamento de água no Distrito Federal, em janeiro de 2017, o consumo no Alvorada caiu, mas continuou alto. Enquanto os moradores sofriam com a falta d’água e com o racionamento, o palácio chegou, em maio do ano passado, a consumir 3,4 milhões de litros d’água
INCÔMODO NO ENDEREÇO
Temer desistiu de morar no Palácio da Alvorada depois de sete dias na residência. O presidente mostrava incômodo com o novo endereço e, sempre que perguntado se estava gostando, respondia:
— Eu não, mas o Michelzinho está — mencionando que o filho gostava de brincar com as emas do Alvorada.
Dizia também que o filho caçula gostava do tamanho do quarto, amplo, uma das coisas que mais o incomodavam no palácio residencial.
Fonte: “O Globo”
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