A reforma política é a aspirina perfeita para um eleitorado que tem preguiça de prestar atenção nas falcatruas reais
Sempre que a coisa apodrece para o lado do governo popular, surge a mesma, providencial e infalível palavra de ordem: reforma política! (Assim mesmo, com exclamação.) A opinião pública, que acredita em tudo, passou a acreditar um dia que a reforma política é a mãe de todas as faxinas. Foi assim na época do mensalão, quando o PT conseguiu se fazer de vítima da praga do caixa dois (que todo mundo faz, como disse Lula). Qual foi a solução proposta contra o assalto do valerioduto? Reforma política! E aí está ela de novo, para ocupar o lugar da faxina que Dilma desistiu de fazer.
Qual a solução para o escândalo da absolvição da deputada Jaqueline Roriz, filmada recebendo uma propina de R$ 50 mil em espécie? Reforma política! É a grande panaceia, a cura para todos os males – a aspirina perfeita para um eleitorado que tem preguiça de prestar atenção nas falcatruas reais e prefere o bom e velho brado genérico contra os “malfeitos”. Enquanto o Dnit continua em paz nas mãos do PR, sem uma única condenação ou mesmo um processo decente contra a farra dos superfaturamentos, o Brasil indignado vai discutir a reforma política.
Mas seria injusto afirmar que essa é uma discussão sobre o sexo dos anjos. Cada novo projeto de reforma política, mesmo com a vocação de não sair do papel, traz sua obscenidade própria. Até os anjos sabem que, no inferno das boas intenções “progressistas”, o que é ruim sempre pode piorar. Duvida? Então olhe para o que está sendo proposto neste momento na Câmara dos Deputados.
Em nome da moralização das disputas eleitorais, o relator da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Henrique Fontana (PT-RS), institui o financiamento público das campanhas. Ou seja: além da fortuna que os partidos já ganham com o horário eleitoral “gratuito” – pago pelo contribuinte, por meio de isenções fiscais às emissoras –, o Estado vai pagar também os marqueteiros, as camisetas, os cartazes e os santinhos que emporcalham as ruas de todo o país. Como o eleitor já deveria saber, quando o PT grita pela ética, é hora de segurar a carteira.
Mas o projeto que está saindo do forno não prevê só o financiamento público das campanhas. Serão permitidas também as doações privadas. Aí entra o toque de genialidade: para que as empresas não doem só para os candidatos mais fortes (ficando credoras de favores deles), as doações irão todas para o caixa único de um certo Fundo de Financiamento das Campanhas Eleitorais. Dali, o dinheiro será repartido com os candidatos pobres, que não representam o poder econômico.
Como ninguém pensou nisso antes? Com uma simples canetada petista, as empreiteiras são todas convertidas ao socialismo. O empresário que bancava um candidato para ficar “sócio” do mandato dele agora vai correndo dar o seu dinheiro para um fundo coletivo – tornando-se sócio do bem de todos e da felicidade geral da nação. E a quem esse empresário vai recorrer quando precisar de uma forcinha no governo ou no Parlamento? A Deus, que a tudo vê. Com toda a certeza, Ele não terá esquecido os que foram generosos nas eleições, passando cheques para a comunidade carente do político anônimo.
Como se vê, é fácil consertar o Brasil com a reforma política. Mas será que com esse festival de generosidade público-privada as campanhas não consumirão dinheiro demais? Claro que não. O relator pensou em tudo. Ele vai instituir também um teto para os gastos eleitorais. E ponto final. Se o poder econômico quiser turbinar seus candidatos além desse limite, só no caixa dois – o que também não tem problema, porque, como já foi dito, todo mundo faz.
Com tanto virtuosismo, talvez a reforma política queira também fixar um teto para o caixa dois. Vai dar um pouco de trabalho para calcular os recursos não contabilizados, mas o Brasil chega lá. Tudo pela faxina ética.
Fonte: revista Época
Há saída? Caso fosse, e foi, o “acordão” tal qual o mensalão a deputada filmada,resolvesse atinar, ou mesmo corromper-se mais uma vez, dos lados contrário e abrir quem de fato que como ela entrou no mesmo esquema.O que seria do governo? os congresistas que lá estão foram eleitos por eles,nós, os brasileiros, que pelo visto tem muita preguiça de ver, de ler, de saber.Então, rendidos pelo socialismo-comunismo, teremos, todos, só o inferno para convivermos em função do “bem-comum”, deles.É.
Na minha opinião polico que roubar deveria imediatamente perder o total poder e ser julgado como um individuo comum que teve estudo até ensino médio, salario e tudo mais, aposentadorias com salário mínimo etc.Estamos cansados de ver tantos roubos e continuam ricos e até se elegendo novamente! está na hora de exigir, eu sei o quanto trabalho para ganhar meu dinheirinho.
YRENI