O poder da mídia é historicamente inegável!
As verdades, meias-verdades ou mentiras absolutas por ela disseminadas podem derrubar ou perpetuar governos, apaziguar ânimos ou sublevar massas.
Não é à toa que alguns meios de comunicação são taxados de golpistas ou “chapa branca”, mesmo quando se autodenominam “independentes”.
Mesmo com suas mazelas, eu não gostaria de viver num país em que a imprensa fosse controlada pela classe dominante, fosse ela uma elite capitalista, socialista, fascista ou religiosa. Assim, não vejo espírito democrático na perseguição ou fechamento de meios de comunicação por governos “incomodados”. Tampouco aceito que o poder de mobilizar massas, formar opinião ou criar mitos seja utilizado para deturpar fatos e desestabilizar sociedades.
Mussolini, Stálin e Hitler, além de outros ditadores e regimes fundamentalistas fizeram e fazem isso, e sabemos o resultado: supressão da liberdade de expressão, com assédio violento, às vezes mortal, a qualquer voz discordante.
Também é bom lembrar que lideranças carismáticas frutificam, proliferam e se sustentam especialmente em ambientes de ignorância, desespero ou fanatismo.
Governos totalitários são inaceitáveis, seja qual for a ideologia, oportunismo ou mito que os embase. O mesmo vale para empresários da mídia que coloquem seus meios à disposição de interesses obscuros, derrubando governos, fomentando guerras ou desestabilizando economias de países por poder ou lucro.
Por isso a sociedade precisa estar atenta, multiplamente informada, para ser autônoma e, assim, perceber e reagir contra excessos e desmandos de governantes. Para tanto, a imprensa livre, investigativa, obstinada, exercida com responsabilidade e integridade é fundamental. Ela não pode ser monopólio nem refém!
Obviamente, isso depende de seres humanos.
Alguns jornalistas fazem qualquer coisa por um “furo”. Denúncias bombásticas, mas infundadas, já prejudicaram muitas pessoas. As retratações, no entanto, foram quase invisíveis, algumas na seção de obituário.
De outro lado, também há poderosos que aplicam indiscriminadamente o princípio dos “fins que justificam os meios”, tendo Maquiavel, Sun Tzu, Engels ou teorias pessoais sobre o tema convenientemente utilizadas, perpetrando crimes de toda espécie sob o manto da imunidade, da impunidade, do corporativismo ou de outras “blindagens”.
Nesses casos, a história demonstra que, ou alguém “de dentro”, arrependido ou descontente, denuncia, ou a imprensa traz à tona.
É certo que existem pessoas que vivem sob suspeição. Também existem assuntos que são considerados de segurança nacional, cuja difusão pode gerar tensões internas ou externas. Isso não quer dizer que todos os meios de comunicação sejam tendenciosos; que todos os cidadãos sejam suspeitos; ou que os interesses de grupos empresariais, políticos, religiosos, esportivos, etc. devam ser tratados como “segredos de estado”.
A verdadeira questão está na inocuidade dos mecanismos legais de repressão à corrupção e ilegalidades, e na falta de ética e moral de grassa em todos os níveis.
Alguns pregam que para depurar a sociedade são necessárias revoluções…
Não! Elas só criam novas elites, tão opressoras e agarradas ao poder quanto as que sucedem. E seus “idealistas” quase sempre não passam de mistificadores egocêntricos.
Nesse contexto, a imprensa livre seria o último bastião, apesar de santa e pecadora.
Então, se uma mídia faz denúncias, que elas sejam apuradas! Caso sejam confirmadas, que seu alvo seja exemplarmente punido! Caso sejam infundadas, que seu autor o seja!
Essas, sim, seriam ações preventivas e evolutivas para a sociedade! E esse papel cabe ao Poder Judiciário, que também precisa de um Ministério Público investigativo para ser independente e justo.
Assim, se a mídia é o “quarto poder”, que ele seja exercido em nome da democracia! E que os que zelam por ela nunca percam sua voz, sanidade ou a própria vida!
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