“Como começar um negócio?” Essa pergunta já deve ter passado pela mente de várias pessoas. Afinal, é preciso pensar muito antes de investir seu precioso dinheiro em uma ideia. O plano de negócio é um ótimo parceiro para ajudar os empreendedores no início da sua jornada. Com ele, é possível definir metas e prever alguns dos desafios que virão pela frente.
Não adianta falar que está tudo na sua cabeça, porque um bom plano de negócio é aquele que fica registrado. Ele pode ser guardado na “velha” caderneta ou mesmo no computador.
Para ajudar o empreendedor a colocar a sua “ideia no papel”, Pequenas Empresas & Grandes Negócios conversou com o consultor do Sebrae Roderic Ken Miyoshi. O especialista dá algumas dicas para os microempreendedores individuais (MEI) montarem seu plano de negócio. Confira!
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Qual é o seu diferencial?
Para chegar à resposta dessa pergunta, é importante analisar bem os seus concorrentes. Descubra quem são eles, onde estão localizados e como eles se destacam no mercado. Com essas informações em mãos, é possível definir em qual nicho vale a pena investir.
“Por exemplo, um empreendedor que quer trabalhar com a venda de lingerie, fazendo uma pesquisa, ele pode perceber que não há muitos concorrentes no nicho plus size. Isso pode direcionar o seu negócio”, afirma o consultor.
Ele também cita como exemplo um empreendedor que começou a fazer sucesso vendendo cachorros-quentes mais simples, que apesar de não serem tão recheados como os da concorrência, têm um preço acessível – ou seja, um diferencial para o consumidor.
Defina seu cliente
Parece óbvio, mas este é um passo essencial. Segundo o consultor, o empreendedor deve entender as necessidades de seu consumidor, saber quais formas de pagamento eles preferem e e qual é a sua frequência de consumo deles.
A famosa pergunta “cartão ou dinheiro” faz diferença nas contas do MEI. No caso do cartão, o empreendedor precisa ter um capital inicial para sustentar o negócio até que entre o dinheiro das vendas, já que algumas empresas de máquinas de cartão possuem dias específicos para pagar os seus clientes.
“Se a empresa for trabalhar com parcelamentos, também é interessante fazer uma pesquisa das melhores operadoras de crédito”, diz o consultor ao comentar sobre a necessidade de incluir no planejamento financeiro as taxas cobradas por essas empresas.
Outra dica importante é saber o quanto o cliente consome. “Isso, ajuda a empresa a trabalhar com estoques mais enxutos não comprometendo seu orçamento.”
Conheça seu fornecedor
Conhecer seus fornecedores é uma peça chave para se ter uma boa margem de lucro. Com uma boa pesquisa de mercado, é possível saber onde encontrar produtos com preços mais baratos sem comprometer a qualidade da mercadoria. Além disso, é essencial pensar no volume que será comprado e no prazo de entrega.
Miyoshi ainda ressalta a necessidade de analisar as formas de pagamento dos produtos. “Se o empreendedor tem um prazo curto para pagar o fornecedor, ele terá que reembolsar alguma quantia até que o dinheiro das vendas entrem”, afirma.
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Pense na gestão do seu dinheiro
Os microempreendedores, geralmente, possuem uma margem de lucro pequena no início do negócio. Para não ter prejuízo, muitas vezes, é necessário diminuir os impactos de alguns custos.
De acordo com o consultor, uma das estratégias é abrir mão de um ponto comercial e investir em um “negócio de garagem”. “Começar em casa pode minimizar as despesas com aluguel, água e luz”, diz o consultor.
Estar atento ao capital de giro também é importante. Muitas vezes, as empresas fecham os primeiros meses no “vermelho”. O plano de negócio as ajuda a definir quanto tempo é possível se sustentar no mercado.
Além disso, Miyoshiafirma que a falta de controle financeiro também é um dos grandes “vilões” das empresas. Segundo ele, muitos empreendedores misturam suas contas pessoais com as da pessoa jurídica, o que não é recomendado.
Fonte: “Pequenas Empresas e Grandes Negócios”